As informações mais recentes sobre o surto de legionela no Hospital São Francisco Xavier foram divulgadas hoje ao final da tarde, em conferência de imprensa, pela recém-diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e dão conta de que há 26 pessoas infetadas.
Segundo Graça Freitas, uma das 25 pessoas infetadas que passaram pelo Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental – Hospital São Francisco Xavier já teve alta, enquanto as restantes 24 continuam internadas. Duas estão em estado mais grave, nos Cuidados Intensivos. Outro doente, com ligação epidemiológica ao hospital, foi diagnosticado num hospital privado.
A diretora-geral da Saúde garantiu que todos os doentes “estão estáveis”. Também presente na conferência estava o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que deu “um prazo máximo de duas semanas” à Direção-Geral de Saúde (DGS) e ao Instituto Nacional de Saúde (INSA) para apresentarem um relatório preliminar sobre este surto da doença do legionário ao governo.
Apesar de admitir que, quando o surto foi conhecido, tudo foi feito para solucionar o problema, Campos Fernandes reconheceu que “naturalmente, se houver necessidade de introduzir algumas medidas corretivas, elas serão introduzidas”.
O surto teve origem nas águas do hospital, como confirmaram testes laboratoriais em várias amostras recolhidas em diversos pontos dos circuitos de água da entidade. Recorde-se que a legionela é uma bactéria que habita ambientes aquáticos como lagos ou rios.
Já esta manhã, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, visitou o Hospital São Francisco Xavier para se reunir com a diretora-geral da Saúde e com a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, Rita Perez.
Em declarações aos jornalistas, Manuel Delgado garantiu que “a situação está circunscrita, está controlada. Não temos situações críticas e o hospital está a responder adequadamente à situação que foi criada”.
Entretanto, o surto já deu origem a reações entre os partidos políticos. Num comunicado divulgado hoje, o PCP pede que o ministro da Saúde váao Parlamento para explicar este surto, defendendo que a ocorrência evidencia “a falta de investimento numa área fundamental para a saúde pública que é o controlo desta doença”.
Segundo os comunistas, este surto “é ainda mais preocupante, quando anteriormente se verificaram situações semelhantes em outras unidades hospitalares”.
O partido liderado por Jerónimo de Sousa considera que “a gravidade e dimensão deste caso está ainda longe de ser conhecida”.
O PSD, por sua vez, já fez saber que quer reunir com a administração do Hospital São Francisco Xavier.
Citado pelo jornal “Expresso”, o deputado social-democrata espera “que isto não resulte da falta de financiamento, que não tenha como causa a incapacidade para responder positivamente, fazer prevenções, análises”. Para saber as causas por detrás do surto, Miguel Santos avançou que o PSD vai pedir amanhã ao hospital que a reunião se realize na terça-feira.
Em comunicado, a Direção-Geral da Saúde lembra que “a doença se transmite através da inalação de aerossóis contaminados com a bactéria e não através da ingestão de água”. Além disso, “a infeção, apesar de poder ser grave, tem tratamento efetivo”.