Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, sublinhou numa entrevista à Antena 1 que não há forma de prometer uma descida da carga fiscal para as empresas, nomeadamente, numa fase em que o governo se vê a braços com a consolidação orçamento e com a redução do endividamento.
O responsável pela pasta da Economia deixa claro que uma descida de impostos é algo que o executivo de Costa não pode dar, mas deixa em aberto a possibilidade de reduzir outro tipo de custos que têm vindo a prejudicar a competitividade das empresas nacionais.
Um dos maiores problemas dos patrões portugueses é acharem que o Orçamento do Estado para 2018 não foi pensado para as empresas. De acordo com alguns empreendedores, o OE2018 coloca tanto as empresas como os empresários em segundo plano. “Haveria várias medidas positivas que poderiam ser implementadas e é mais uma oportunidade que se perde. Vê-se que não houve uma grande preocupação com o tecido empresarial em Portugal nesta proposta”, avança Joaquim Pedro Lampreia, sócio da VdA.
De acordo com o advogado da área fiscal, “era suposto que as empresas que viram a sua tributação agravada nos últimos anos, desde 2012, começassem agora a sentir um alívio para poderem reforçar a sua capacidade de investimento. E isso não aconteceu”.
Patrões dizem que sabe a pouco
A posição dos patrões ficou conhecida desde cedo. A proposta do Orçamento do Estado para 2018 nunca mereceu espaço para grandes elogios. Até porque “soube a pouco”.
De acordo com António Saraiva, presidente da CIP, a proposta ficou “muito aquém” do que os empresários desejavam que fossem os estímulos dados ao mundo empresarial.
Segundo o responsável, um dos pontos a lamentar é o facto de a grande maioria das propostas apresentadas pela CIP não terem sido tidas em conta. No essencial, as medidas que foram propostas pelos patrões baseavam-se no financiamento, estabilidade fiscal e qualificação dos recursos humanos das empresas. “Sobre financiamento e capitalização das empresas vemos muito pouco. Vemos apenas a remuneração convencional do capital social para os sócios daquelas empresas cujo capital próprio é inferior já em metade do capital social. É a única medida que em termos de financiamento e capitalização das empresas vemos contemplada”, destacou António Saraiva.