O Governo do Partido Progressista das Maldivas, ideologicamente islâmico sunita, de direita, liderado pelo Presidente Abdulla Yameen Abdul Gayoom, em conjunto com a empresa alemã Dermalog Identification System GmbH, introduziu uma medida tão inovadora que certamente deixará a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa do Governo da República ‘envergonhada’.
O Cartão de Cidadão maldívio, denominado de Cartão Passaporte, vai muito além do seu homólogo português, ao combinar num só documento (do tamanho de um cartão de crédito) os seguintes documentos: bilhete de identidade, carta de condução, cartão de utente/segurança social, cartão de seguro de saúde privado, passaporte e cartão bancário do tipo MasterCards, garantindo a utilização internacional do mesmo.
Tudo isto com a validade de 10 anos, triplo sistema de leitura, ou seja, banda magnética, chip e tecnologia contactless, e a mais recente tecnologia biométrica de forma a garantir os mais elevados padrões de segurança, sendo por isso capaz de armazenar as 10 impressões digitais do seu titular.
É caso para dizer que o Cartão de Cidadão português, ao lado do Cartão Passaporte maldívio, não é mais do que uma cópia barata em conjunto com os outros cartões que enchem e consomem espaço nas carteiras de milhões de Portugueses.
Na verdade, e face a esta inovação burocrática que acabou de ocorrer neste pequeno país do Índico, não é compreensível que Portugal, o aclamado inventor do sistema mais completo de ATM (i.e.: ‘Multibanco’), da Via Verde, do (suposto) inovador Cartão de Cidadão e de outras tecnologias que facilitam todos os dias a vida de milhares de portugueses, não tenha inventado algo tão simples como prático: um verdadeiro cartão único e integrado nos serviços que qualquer cidadão português de hoje necessita para o seu dia-a-dia.
O Cartão Passaporte maldívio é a verdadeira essência do Simplex que sucessivos governos portugueses tentam introduzir, pois revela um elevado grau de cooperação institucional entre diferentes serviços públicos e prestadores de serviços privados em produzir algo tão avançado como Cartão Passaporte. Na verdade, a existência de tal cartão obrigou a que serviços tão díspares como o Banco das Maldivas, o serviço de Imigração das Maldivas, e demais setores administrativos estivessem envolvidos num projeto único a nível mundial.
Fica o repto lançado aos defensores do Simplex: para quando um Cartão Passaporte a nível português? Para quando um verdadeiro Simplex que acabe de vez com o volume que se acumula na carteira dos portugueses e que lhes simplifique o dia-a-dia?