Blockchain vai ajudar a terminar com os “diamantes de sangue”

Tecnologia que arrancou no sistema financeiro vai expandir-se depressa a outras indústrias e negócios.

A blockchain é uma tecnologia tida como uma das mais revolucionárias dos últimos tempos. E vai afetar várias indústrias para além do setor financeiro  –   onde começou.

Com esta tecnologia, as transações são resgistadas e tornadas públicas na omnipresente blockchain e um contrato ou outra partilha de informação não tem um controlo central.
É gerida por uma comunidade online, na qual os membros com maior capacidade de computação mantêm o registo das transações. Um dos principais atributos desta tecnologia é a capacidade de gerar confiança, uma vez que seriam precisos muitos membros em conluio para que esta tecnologia fosse “hackada”.

A tecnologia ainda é recente e há novas aplicações, bem como barreiras regulatórias a serem quebradas e desafios tecnológicas  a serem superados para que outros setores a adoptem.

Ontem, na Web Summit, um dos painéis perguntava “onde é que a blockchain será disruptiva a seguir” e as respostas apontaram para as indústrias da saúde e da segurança alimentar, bem como para o retalho e para os seguros. “Depende do período em que se analisa. A longo prazo, muitos dos players que precisam de confiar uns nos outros vão usar este tipo de tecnologia”, diz Noelle Acheson, vice-presidente da CoinDesk.

A blockchain será, por exemplo, uma forma de “terminar com os diamantes de sangue”. Segundo Jon Matonis, vice-pressidente da nChain, outra das empresas que trabalha no de-senvolvimento desta tecnologia, “as transações registadas e públicas vão ajudar a rastrear os diamantes, mas também a arte ou os títulos de propriedade”.

Noelle Acheson defende ainda a quantidade de dados que este novo mundo digital tem capacidade de acumular – “os grandes depósitos centralizados de informação são perigosos” – e a blockchain “vai tornar a informação mais segura”.

As ideias de disrupção e de inovação tecnológica foram também tópico de discussão num outro painel. A questão era saber se são mais inovadoras as empresas privadas tipo unipessoais e por quotas ou aquelas que já abriram o seu capital e têm de responder perante acionistas.

Em defesa das primeiras, Mada Seghete, confundadora da Branch, afirmou que as segundas “inovam pouco”, uma vez que os riscos são mais difícies de tomar” perante os acionistas, para além de “serem avaliadas antes de conseguirem ser inovadoras”.

Já Rick Stollmeyer, CEO da  Mindbody, empresa que se abriu a outro capital, garante que a “visão e liderança da empresa se mantém” e que os “investidores acreditam no projeto em que investem” para conseguir a inovação que procuram.