O objetivo é claro, embora a eficácia seja duvidosa. A administração do grupo K, detentora da discoteca Urban Beach, avançou com uma providência cautelar contra o Ministério da Administração Interna com o objetivo de suspender a ordem de encerramento do espaço por seis meses, medida decidida pelo gabinete do ministro Eduardo Cabrita. Cabe agora ao Tribunal Administrativo de Lisboa apreciar o caso e decidir se anula a decisão do MAI, permitindo a reabertura da discoteca.
Com a providência cautelar de suspensão de eficácia de ato administrativo contra o Ministério da Administração Interna, os responsáveis do espaço pretendem provar que a empresa está a ter prejuízos graves que não podem ser reparados. Recorde-se que esta semana Lisboa foi invadida por milhares de estrangeiros que vieram à Web Summit, tendo muitos deles jantado no restaurante Kais, propriedade dos mesmos donos, e que de seguida, como é hábito, iriam para o Urban Beach que fica a 100 metros. Juristas ouvidos pelo i dizem que o Tribunal Administrativo poderá levar um ou dois meses até debater o caso, ouvindo ou não o MAI, devido ao excesso de trabalho que há em carteira.
O fecho da discoteca foi determinado depois de um vídeo ter inundado as redes sociais, em que aparecem vários seguranças, que trabalham no local, a agredirem selvaticamente dois homens que estavam no exterior da Urban Beach, junto às rulotes. Com o encerramento, o Ministério argumentou que é preciso garantir que o espaço só voltará a funcionar quando estiverem reunidas todas as condições de segurança para os frequentadores. Não se sabe se também no exterior, garante fonte ligada ao processo. Mas, sabe o i, a administração da Urban Beach está a colaborar com a PSP com vista a serem encontradas soluções que satisfaçam o MAI. Uma das medidas em estudo diz respeito ao fim dos cartões de consumo que eram pagos no final, contribuindo para alguns desacatos, atendendo até ao estado de embriaguez de vários clientes, já que se juntavam muitos nas filas para as caixas de pagamento.