O serviço de partilha de viagens vai acrescentar aos carros da marca sueca os seus próprios sensores e software que permitam a condução sem condutor. A Uber aposta assim na substituição dos condutores humanos, o maior custo da empresa.
No entanto, os analistas prevêm que a autonomia completa só seja possível alguns anos depois de 2022.
Os termos financeiros ficaram por revelar, mas ambas as empresas confirmaram que o entendimento é “não-exclusivo”, o que significa que ambas poderão chegar a acordos semelhantes com outras empresas.
“O nosso objetivo é ser um fornecedor global de serviços de partilha de condução autónoma”, diz a Volvo, comprada pela chinesa Geely em 2010, em comunicado. “O acordo com a Uber é o primeiro exemplo dessa direção estratégica”.
“O novo entendimento coloca-nos no percurso para a produção em massa de veículos autónomos”, afirma um responsável da Uber, citado pela agência Bloomberg. “Quanto mais pessoas houver a trabalhar, mais depressa conseguiremos sistemas mais seguros, melhores e mais confiáveis”.
Para a indústria automóvel, o facto de a Uber estar a comprar carros poder significar mais vendas. Mas ao mesmo tempo significa uma disrupção no modelo de negócio, na qual a maior parte dos automóveis são vendidos a condutores privados.
Para além de aumentar as vendas da Volvo, o acordo também vai ajudar a reduzir o custo dos carros autónomos que o grupo chinês tem planeado a partir de 2021.
Os engenheiros da Volvo têm estado a trabalhar com a Uber no desenvolvimento de um veículo com tecnologia autónoma na sua base que depois a empresa de partilha de viagens poderá aumentar. O plano da Volvo passa por ter estes carros na sua gama futura.
“A indústria automóvel está a sofrer uma disrupção com base em tecnologia e a Volvo escolhe ser parte activa dessa disrupção”, diz o CEO da marca. “É um novo mercado que está a emergir e seremos os primeiros a torná-lo num segmento”, acrescenta Hakan Samuelsson.
A Uber, que ainda não divulgou um calendário para a introdução do seu serviço na variante autónoma, afirma que desta forma qualquer player da indústria poderá “empregar a sua tecnologia”.