Crescimento acomoda impasse político

O Bundesbank considera que o forte crescimento da economia alemã se vai manter e vários analistas apontam que a robustez da economia germânica garante que o impasse político consegue ser acomodado. Mas por um período limitado.

No boletim económico de novembro, o Bundesbank considera que o crescimento será suportado pelo setor industrial, uma vez que a construção chegou ao limite das capacidades.

"A produção da construção caiu algo depois do forte crescimento na primeira metade deste ano", diz o boletim do banco central da Alemanha, que prevê para o quarto trimestre um "crescimento moderado" no setor da construção.

A análise do Bundesbank alerta que, apesar do limite das capacidades e da falta de mão-de-obra em muitas empresas, há ainda um elevado nível da produção e a forte entrada de pedidos para a construção.

O banco central alemão recorda que a economia germânica cresceu 0,8% no terceiro trimestre face aos três meses anteriores e estima que o crescimento se mantenha até ao final do ano.  A entrada de pedidos no setor industrial e a confiança do consumidor justificam.

A recuperação de outros países da zona euro e o desenvolvimento da China também têm um efeito positivo nas exportações.

No entanto, apontam vários analistas, esta dinâmica poderá estar ameaçada se a falta de acordo para a formação de governo se prolongar e atrasar reformas. 

Para já os principais índices económicos mantêm-se sólidos, uma vez que o falhanço nas negociações para formar governo, considera um analista “não foram uma surpresa”.

Ainda assim é um contratempo, salienta um outro, para quem “há um perigo que o trabalho em assuntos importantes para o futuro do país seja adiado”.

A economia alemã tem tido uma performance positiva, alicerçada na procura interna e externa, taxa de desemprego e de juros em mínimos históricos.

 Mas há muito que vários economistas alertam para a necessidade de modernizar um país com várias debilidades a nível das infraestruturas e uma população cada vez mais velha.

“É improvável que a falta de acordo tenha consequências a curto prazo. Mas a falta de reformas estruturais e a necessidade urgente de investimentos na digitalização e na educação obrigam os políticos a apressarem-se se não querem colocar em causa o futuro do país”, resume um outro analista citado pela agência AFP.