Novo dia de desenvolvimentos importantes na investigação à influência russa sobre a campanha do presidente americano: Michael Flynn, o antigo conselheiro para a Segurança Nacional e um dos mais importantes aliados de Trump na campanha e primeiros dias de governo, confessou à equipa do procurador especial Robert Mueller ter cometido o crime de perjúrio em janeiro, havendo mentido ao FBI sobre contactos com o embaixador russo.
O antigo general revelou também esta sexta-feira que aceitou cooperar com a investigação e, segundo avançava a ABC esta sexta-feira, parece disposto a admitir que o próprio Donald Trump pediu uma ligação direta à Rússia durante a campanha. Este relato, porém, não está confirmado oficialmente no auto de acusação e admissão de culpa, mas outros órgãos americanos avançam que Flynn implicou já "altos responsáveis de campanha".
O crime de perjúrio ao FBI pode implicar uma pena de cinco anos de prisão efetiva. De acordo com fontes próximas do antigo conselheiro, Flynn contraiu já dívidas superiores a um milhão de dólares apenas para com os advogados contratados para o processo. O ex-general já pôs também a casa à venda. "Reconheço que as ações que admiti hoje em tribunal foram erradas e, pela minha fé em deus, estou a tentar corrigir as coisas", afirmou num comunicado.
Flynn torna-se assim no quarto elemento da campanha de Trump apanhado na rede do procurador especial Robert Mueller. Desta forma, o ex-general é também o segundo elemento a admitir culpa, seguindo as pisadas do conselheiro de baixa monta George Papadopoulos, também acusado de ter mentido ao FBI e que já disse à investigação que propôs uma ligação à Rússia quando estava na campanha.
A notícia do perjúrio não é inteiramente surpreendente, uma vez que diz respeito ás mesmas razões pelas quais Michael Flynn foi demitido do seu posto de conselheiro na Casa Branca em janeiro. O antigo militar admitiu então ter mentido ao vice-presidente Mike Pence ao dizer-lhe que tivera contactos triviais com o embaixador russo nos Estados Unidos antes da tomada de posse, quando, na realidade, os dois discutiram sanções e outros temas importantes.