Um advogado egípcio conservador, Nabih al-Wahsh, foi condenado pelos tribunais egípcios a três anos de prisão e a uma multa de 20 mil libras egípcias (949 euros) por ter dito que as mulheres que usam jeans rasgadas deveriam ser violadas como forma de punição.
O advogado fez os comentários num programa televisivo em outubro passado, mais precisamente num debate sobre um projeto lei que se debruçava sobre a prostituição. "Ficas contente quando vês uma rapariga a passar pela rua com metade da parte de trás dela a ver-se?", disse o advogado. E acrescentou que "digo que quando uma rapariga passar nesse estado, é um dever patriótico assediá-la sexualmente e um dever nacional violá-la".
Al-Wahsh afirmou ainda que as mulheres que usam roupas "provocadoras" estão a "convidar os homens a assediá-las", concluindo que "proteger a moral é mais importante que proteger as fronteiras".
A Procuradoria avançou com acusações contra o advogado no seguimento de fortes protestos.
Organizações não-governamentais, como o Conselho Nacional para os Direitos das Mulheres, condenaram as afirmações por serem "um flagrante apelo" às violações.
Já no passado Al-Wahsh encontrou-se no meio de outras polémicas. Uma delas foi por ter negado o Holocausto e se ter declarado orgulhosamente anti-semita.