Martin Schulz recebeu luz verde para se sentar à mesa com Angela Merkel e tentar encontrar uma solução para desbloquear o impasse político alemão, resultante dos resultados fraturados das eleições legislativas de setembro e do falhanço das negociações entre a União Democrata-Cristã (CDU), a União Social-Cristã (CSU) – ‘irmã’ da CDU na Baviera – os Verdes e o Partido Liberal Democrata (FDP), com vista à constituição de um Executivo a três.
Na quinta-feira, o primeiro dia do congresso do Partido Social Democrata (SPD), os seus militantes votaram a favor das conversas com a CDU, com quem partilharam o palco do Governo nos últimos quatro anos.
Com o pior resultado eleitoral do partido desde 1949 no bolso, Schulz sempre rejeitou a reconstituição da ‘grande coligação’ com Merkel, para poder reinventar o partido a partir da oposição. E mesmo agora, depois de legitimado pelo partido, o líder social-democrata não garante que tal cenário se tenha de concretizar, sim ou sim. «Não necessitamos de governar a todo o custo, mas também não devemos evitar governar a todo o custo. Aquilo que vos prometo é que iremos considerar todos os caminhos possíveis», esclareceu.
Para além da hipótese de nova coligação, em cima da mesa pode estar uma solução de apoio a um Governo minoritário liderado por Merkel ou mesmo um acordo para a realização de novas eleições, dois cenários nunca testemunhados na Alemanha do pós-guerra.