A reportagem “O Segredo dos Deus”, começará a ser transmitida esta segunda-feira, revela que a Igreja Universal do Reino de Deus – IURD – tinha, na década de 90, um lar ilegal de crianças, na zona de Lisboa, de onde desapareceram várias crianças roubadas às suas mães.
Segundo a reportagem das jornalistas Alexandra Borges e Judite França, os menores eram entregues diretamente no lar, à margem dos tribunais, por famílias que tinham dificuldades financeiras e acabavam a ser adotadas no estrangeiro, de forma irregular, por bispos e pastores da igreja.
Edir Macedo "está envolvido nesta rede internacional de adoções ilegais de crianças, e que os seus próprios 'netos' são crianças roubadas do Lar Universal, uma instituição que à época fazia parte da obra social da igreja", refere a estação de televisão.
A equipa da TVI descobriu, após sete meses de investigação, várias mães a quem os filhos foram roubados e que falaram sobre o assunto pela primeira vez.
Segundo a investigação, "um importante membro desta rede chegou mesmo a roubar um recém-nascido à mãe na maternidade e registá-lo diretamente como seu filho biológico".
Direito de resposta
O jornal SOL publicou um artigo intitulado "Líder da IURD envolvido em rede internacional de adoções ilegais", no qual é afirmado que a IURD e o seu líder máximo, Edir Macedo, estariam envolvidos numa "rede internacional de adoções ilegais" e que a IURD possuía um lar onde acolhia crianças entregues diretamente pelas famílias em dificuldades, sem passar pelos trâmites legais e que as crianças acabavam no estrangeiro, adotadas ilegalmente por bispos e pastores da IURD.
Tudo isto é manifestamente falso.
A referida instituição recebia crianças, todas elas lá colocadas no seguimento de pedidos de proteção e promoção, emitidos por tribunais ou pelas próprias comissões especializadas na proteção de menores. Essas crianças eram continuamente acompanhadas por técnicas da Segurança Social que frequentemente se deslocavam à referida instituição.
Os processos de adoção não padecem de qualquer vício formal ou ilegalidade. Ao contrário do que é afirmado, foi sempre assegurado o direito ao contraditório dos pais biológicos que inclusive foram regularmente citados no âmbito das ações de confiança judicial com vista a futura adoção, como aliás consta expressamente de documentos que integram os referidos processos judiciais.
Em momento algum a igreja "roubou" qualquer criança dos seus pais biológicos, nem tão-pouco os netos do bispo Edir Macedo são "crianças roubadas do Lar Universal".
Em todos os casos, foi sempre a Segurança Social e as instâncias judiciais que, por diferentes motivos, consideraram que as crianças estariam melhor no lar da IURD, do que a viver no ambiente familiar onde naquela altura estavam inseridas.
A afirmação de que existia uma "rede ilegal" de adoção é absurda e, para além de afetar o bom nome e reputação da nossa instituição, põe em crise todo o extraordinário trabalho que a igreja tem vindo a desenvolver nesta área social. Repudiamos todas as imputações e falsas afirmações que o artigo lança sobre a nossa igreja, exigindo a reposição da verdade, para salvaguarda da reputação de todos aqueles que partilham a nossa fé.
A Direção da IURD
João Carlos Capinha Filipe
Maria João Romão Dias