Ex-presidente do Conselho Fiscal da Raríssimas sai em defesa de Paula Brito e Costa

António Trindade Nunes considera que despesas com roupa e gambas tornadas públicas eram valores menores e defende que “estão a ser usadas como arma de arremesso” por parte de quem saiu a mal

Ex-presidente do Conselho Fiscal da Raríssimas sai em defesa de Paula Brito e Costa

O antigo presidente do Conselho Fiscal da Raríssimas, António Trindade Nunes, sai em defesa da ex-presidente da associação, garantindo que tudo o que foi tornado público é uma espécie de ajuste de contas. Em declarações ao i, afirmou que se estão a usar as despesas de Paula Brito e Costa e os seus comportamentos “como arma de arremesso”, assegurando que quem o fez foram “pessoas que terão saído da Raríssimas insatisfeitas”

Trindade Nunes começa por lembrar a sua ligação à Raríssimas desde os anos em que foi presidente do Conselho Fiscal (constituído por três elementos) “pro bono”, à forma como aquele conselho exerceria a sua atividade. “A pedido do Conselho Fiscal e desde que a associação foi ganhando dimensão, a direção selecionou uma empresa de Auditoria Externa, que emite anualmente o seu relatório anual, bem como um memorando de recomendações”. 

Adianta que além de toda a análise e acompanhamento, “ao longo de cada ano, [mantiveram] contactos regulares com os membros da direção, em particular nas pessoas do seu tesoureiro e da sua presidente, também abordando o conteúdo os dos memorandos de recomendações emitidos pela empresa de auditoria.”

Sem dizer o porquê, refere que apresentou o pedido de exoneração este ano, por motivos pessoais, mas expressa todo o seu reconhecimento pelo trabalho de Paula Brito e Costa e sai em sua defesa. “Não posso concluir sem deixar expresso o meu reconhecimento, como cidadão, a todos aqueles que contribuíram para aquilo que a Raríssimas hoje representa, para a importância que tem para as crianças que acolhe e trata, com doenças raras e seus familiares e amigos, sendo que seria irresponsável não reconhecer o papel determinante da sua Presidente”, salientou.

Após um email inicial, Trindade Nunes aceitou ontem falar por telefone, permitindo que a conversa fosse publicada, e relativizou as atitudes de Brito e Costa. “Tinha um estilo próprio, pessoal, que eu respeitava”, defendeu, alegando que quanto às despesas feitas “em termos de auditoria é preciso não esquecer a materialidade, ou seja, quando se começa uma auditoria é preciso achar um valor acima do qual entendemos que devemos chamar a atenção dos sócios da empresa e abaixo do qual entendemos que não devemos chamar a atenção”.

Mas não adianta qual era esse patamar para a Raríssimas: “O valor varia, é fixado em cada caso, dependendo do total do balanço, do resultado do exercício. Ou seja há vários fatores entre os quais o bom senso”.
“Se encontrarmos no decurso de um trabalho de auditoria coisas menores não vamos naturalmente estar a reportar”, disse, rematando: “Existindo essas coisas como compra de roupa e compras de gambas… tudo isso no cômputo geral não tem expressão”.

Mas os dinheiros públicos devem ser usados para isso? “Uma pessoa nestas funções tem de estar em reuniões, receber convidados, nunca fui questionado se devia ou não comprar vestidos ou pô-los na contabilidade, mas compreendo que uma pessoa nestas funções tem necessariamente de andar de uma maneira luxuosa, tem de andar bem vestida”, concluiu.

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