A bolsa de derivados de Chicago admitiu negociar contratos futuros da bitcoin. Bastou esta notícia para a moeda virtual conseguir superar os 12 mil dólares. Também a estreia neste mercado de ações não podia ter corrido melhor. Os futuros da criptomoeda chegaram a disparar 25% para os 18.500 dólares logo no início da primeira sessão. O êxito foi tal que chegaram a ser ativadas duas suspensões para a consolidação de ofertas, com o objetivo de aliviar a volatilidade. Além disso, de acordo com a Bloomberg, o tráfego no site da Cboe foi tão elevado que se registaram atrasos na plataforma. A par deste sucesso, começaram a surgir rumores de que a Nasdaq também lançará, já no primeiro semestre do próximo ano, contratos futuros da bitcoin.
Estas moedas virtuais são geradas por milhares de computadores em todo o mundo e, ao contrário das moedas físicas, não são reguladas por bancos centrais. No entanto, muito embora vários países admitam regular a moeda virtual criada em 2009, também há os que estão dispostos a apertar o cerco e a não deixar escolha. De acordo com a Bloomberg, a Rússia é um dos países que pretende proibir a emissão e uso destas moedas digitais na troca de serviços e bens.
Desde que a bitcoin foi criada, em 2009, a origem desta moeda virtual foi sempre um mistério e alvo de especulação.
Até que em maio do ano passado o cientista e empresário australiano Craig Wright assumiu a paternidade da invenção. De acordo com a BBC, foram apresentadas provas que atestam a veracidade das declarações de Craig, que aparece agora como sendo o verdadeiro inventor do mecanismo financeiro. Em entrevista, o empresário garantiu que não quer fama e explicou os motivos desta revelação, feita tantos anos depois da criação da moeda virtual. Depois de vários órgãos de comunicação terem feito investigações para descobrir quem era o verdadeiro criador da bitcoin, o nome de Wright vem a público em dezembro de 2015. Várias notícias davam conta de que Wright se encaixava no perfil do misterioso criador e é nesta altura que as autoridades australianas fazem buscas a casa do empresário. Mas apesar de, por esta altura, terem sido dadas garantias de que as buscas nada tinham a ver com a criação da bitcoin, a verdade é que Wright ficou na mira dos mais curiosos.
Quem olhava para Wright no início de 1990 estaria muito longe de imaginar que um dia o australiano teria a história da bitcoin para contar. Por esta altura, Craig Wright trabalhava como chefe de cozinha francesa. Passou três anos a trabalhar para uma empresa de catering, mas continuava a estudar. Craig começou por cursar Engenharia na Universidade de Queensland, na Austrália, mas mudou a meio para Ciências da Computação. Trabalhava como chef, mas o foco eram os estudos.