Esta tradição natalícia ganhou popularidade na alemã e foi precisamente um alemão que montou o primeiro pinheiro de Natal em Portugal. E não foi um alemão qualquer: a tradição chegou ao nosso país pelas mãos deFernando Augusto de Saxe-Coburg-Gotha, marido de D. Maria II.
A árvore de Natal como a conhecemos hoje em dia teve origem na Europa, por volta do séc. XVI, altura em que os cristãos levavam árvores para dentro das suas casas, mas foi já na segunda metade do séc. XIX que decorar uma árvore dentro de casa ganhou maior popularidade e começou a ser prática entre os membros dos vários estratos sociais. A primeira árvore de Natal de todas foi decorada em Riga, na Letónia, e só depois é que a Alemanha popularizou a tradição.
Originalmente, a árvore era decorada com rosas feitas a partir de papel colorido, maçãs e fios prateados. Já no séc. XVIII a árvore começou a ser decorada com velas. As maçãs representavam o episódio bíblico de Adão e Eva. Hoje em dia, as maçãs foram substituídas pelas bolas coloridas, as velas foram trocadas pelas luzes. Só os fios prateados se mantêm.
Vindo da Baviera, o católico D. Fernando trouxe consigo várias tradições germânicas – entre elas, a decoração de uma árvore na época do Natal. O abeto, que era colocado numa sala privada da família real no Palácio das Necessidades, era decorado com velas, laços e bolas de vidro transparente. Também era comum colocar guloseimas na árvores já decorada, como frutas cristalizadas e chocolates.
O marido de D. Maria II chegava mesmo a vestir-se de verde e a imitar São Nicolau, o santo que deu origem ao Pai Natal, para entreter os seus sete filhos. O rei consorte entrava na sala com um saco às costas e distribui presentes pelos príncipes e outras crianças do palácio. Existem até ilustrações feitas pelo mesmo que retratam estes momentos.
* com André Vinagre