Não tenho memória de um Plano de Atividades e Orçamento (PAO) da Federação Portuguesa de Ténis (FPT) ter sido aprovado por unanimidade, mas foi isso que aconteceu este mês na Assembleia Geral realizada no Funchal.
Não só não houve qualquer voto contra como nem sequer uma abstenção.
Poderá ter acontecido noutras alturas, admito, mas não é habitual.
A direção da FPT, presidida por Vasco Costa, pode estar satisfeita e o PAO para o ano 2018 não terá opositores de monta.
Claro que o contexto foi-lhe largamente favorável.
Por um lado, gozou da excelente organização da Associação Regional de Ténis da Madeira.
Quem não gosta de visitar aquela ilha, mesmo que em trabalho? Até o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, recebeu os delegados, atribuindo um importante prestígio institucional à cimeira.
Por outro lado, e bem mais importante, há já um ano que a FPT conseguiu erradicar o crónico passivo das suas contas, possuindo capitais próprios positivos.
É raro, por exemplo, passar um ano como o de 2017 sem ouvirmos os internacionais portugueses queixarem-se de atrasos nos pagamentos das verbas devidas às suas participações nas seleções nacionais.
Não há segredos, hoje em dia as federações desportivas nacionais são forçadas a publicar as suas contas e sabe-se que grande parte do êxito desta gestão reside nas receitas suplementares obtidas através das apostas desportivas nos jogos de ténis.
Estamos a falar de verbas constantemente superiores, bem superiores diga-se, a um milhão de euros por ano.
No entanto, para ser justo, durante o primeiro mandato da direção de Vasco Costa esta receita do jogo não existia. Eu integrava na altura a direção da Associação de Ténis de Lisboa, analisava as contas de então e cheguei a ir a algumas assembleias gerais.
Há que admitir que nesses tempos de ‘vacas magras’, em que algumas associações regionais eram mais agressivas antes de votar (por exemplo, a AR de Lisboa), a direção da FPT soube gerir com contenção e moderação o pouco de que dispunha.
Estamos agora em tempos de ‘vacas gordas’, quase a contraciclo do que se tem passado no país em geral desde a crise internacional de 2008, e é óbvio que a pouca contestação interna que ainda havia tende a esbater-se.
Para a semana procurarei falar mais detalhadamente do que está planeado para 2018, mas o mais importante parece-me ser uma evidente preocupação em investir no fomento, na formação e na alta competição, sem entrar numa espiral de despesas em projetos faraónicos.