O Ciudadanos reagiu esta quinta-feira à pressão que vem sofrendo nos últimos dias dos campos conservador e socialista lançando-se à liderança da Mesa do Parlament, um dos mais importantes órgãos da política regional catalã, com o qual, teoricamente, pode travar uma eventual campanha independentista.
A decisão fica aquém das ambições do PSOE e Partido Popular, que esta semana disseram publicamente que o Ciudadanos – que ficou em primeiro nas eleições da semana anterior, mas está longe da maioria ou de uma coligação maioritária – deve tentar formar um governo “constitucionalista” frente aos independentistas, que, esses sim, têm os deputados para uma maioria em aliança.
“O Parlament é um órgão que tem como função controlar o Govern e consideramos que é lógico que a oposição presida a mesa”, afirmou esta quinta Carlos Carrizosa, o porta-voz dos Ciudadanos na legislatura passada, falando à Catalunya Ràdio.
“Já fizemos os contactos iniciais e assim o defendemos”, afirmou, no mesmo dia em que o líder do Ciudadanos a nível nacional se encontrou com o presidente do governo espanhol em Madrid para discutirem a situação na Catalunha, a aplicação do artigo 155 e a provação do Orçamento de Estado de 2018.
Mariano Rajoy e Albert Rivera, segundo afirmou um dirigente do Ciudadanos, não discutiram a “nenhum momento a ideia de Inés Arrimadas se apresentar à investidura”, mesmo que o Partido Popular, que segundo a imprensa espanhola, está insatisfeito com os resultados nas eleições catalãs e acusa o Ciudadanos de lhe roubar eleitores em nome de um “voto útil”, se tenha já queixado de que Arrimadas e o Ciudadanos catalão estão a oferecer a liderança aos independentistas.
Os independentistas, por sua vez, têm deputados suficientes para vetar qualquer Mesa do Parlament e não parecem dispostos em abrir mão do órgão. Os três partidos independentistas estão ainda nas primeiras negociações, mas parecem querer reconduzir Carme Forcadell para a presidência da Mesa.