O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, voltou a utilizar a sua conta de Facebook para reagir à notícia, veiculada pelo "Correio da Manhã", que dá conta do início de uma investigação da Polícia Judiciária (PJ) ao jogo Rio Ave-Benfica da época 2015/2016, que as águias venceram por 1-0, por suspeitas de manipulação de resultado.
Curiosamente, esta reação do presidente leonino surge oito dias depois do próprio, também na sua conta naquela rede social, ter desvalorizado um inquérito do Ministério Público referente a alegadas ameaças suas a árbitros por terem sido originados numa denúncia anónima.
O Benfica, refira-se, já havia reagido à notícia. Em comunicado, as águias garantiam desconhecer a referida investigação, negavam qualquer envolvimento nesse caso e garantiam que a notícia se inseria numa campanha de difamação, prometendo responsabilizar criminalmente os seus autores. "Basta uma investigação mais cuidada para se provar a falsidade desta denúncia tendo em conta que, dos quatro jogadores invocados, um encontrava-se em Espanha [Eliseu Nadjack], outro [Roderick] não foi convocado (estava castigado por acumulação de cartões amarelos) e os outros dois foram curiosamente apontados pela generalidade da crítica como dos melhores em campo por parte do Rio Ave [Cássio e Marcelo].", podia ler-se na nota emitida pelas águias.
Já esta tarde, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que se encontra em São Tomé e Príncipe, publicou novo comunicado no site oficial do clube a reagir à notícia, com o título "O Benfica sempre venceu com verdade desportiva". Dirigindo-se aos adeptos encarnados, Vieira garante que "nunca ninguém do Benfica comprou qualquer árbitro ou jogador de uma equipa adversária, ou em qualquer circunstância procurou manipular a verdade desportiva" e pede "unidade e coesão". "O que verdadeiramente está em causa em toda esta campanha negativa montada pelos nossos rivais é evitar a todo o custo que o Benfica conquiste o Penta. Porque, em desespero, necessitam de apresentar resultados para a sua própria sobrevivência. Esta nova leva de denúncias anónimas resulta do facto de não conseguirem demonstrar a existência de qualquer indício de corrupção ou tráfico de influência. Quero que todos saibam, e digo-o com orgulho, que no Benfica podemos andar de cabeça erguida. Aqui, não existem nem perdões de escutas, nem apitos dourados, nem árbitros convidados para casa, nem frutas oferecidas e também plantéis com seis e sete guarda-redes. Este ataque agride todos e cada um dos Benfiquistas na sua dignidade e na sua honra. Eles sabem que a nossa cultura é incompatível com a corrupção. Também sabem que o jornalismo se presta a estas encomendas. Mas alerto para o seguinte: toda a Nação Benfiquista vai ser chamada para tomar nas suas mãos o ataque a esta vil e falsa campanha", escreve Luís Filipe Vieira.
Igualmente durante esta tarde, o Rio Ave referiu também desconhecer "a existência ou a essência do processo em causa, estando alheio a qualquer investigação que decorra dos factos narrados pela imprensa sobre o pretenso aliciamento de jogadores num jogo com o SL Benfica à data da época de 2015/16". O clube vila-condense considera ainda estar a ser alvo de "uma condenação na praça pública sob um processo do qual não foi deduzida sequer acusação, num ataque torpe e vil, absolutamente carente de fundamento", prometendo "agir judicialmente contra todos aqueles que, pelos assuntos à data e no futuro, veiculam insinuações baseadas em dados falsos, difamatórios e atentatórios ao bom nome e honra dos atletas e da Instituição".
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), por seu lado, garantiu ter "total confiança" nos clubes. "Este e qualquer processo judicial está em segredo de justiça, o que leva a LPFP a ter que aguardar pelo desenrolar e conclusão do mesmo. Por este motivo, a LPFP não se intromete e aguarda que tanto os órgãos de polícia criminal como os da disciplina desportiva atuem e decidam, colocando-se à disposição para eventuais esclarecimentos ou ajudas que os mesmos entendam necessários", pode ler-se no comunicado emitido pelo órgão liderado por Pedro Proença.