A habitual lista de comendas do ano novo da rainha Isabel II é extensa e inclui 1123 nomes, a maioria deles desconhecidos do grande público, mas que se destacaram nas suas comunidades ou na sua área de atuação. No entanto, entre as pessoas que vão passar a poder usar formalmente o título de Sir ou Dame estão alguns famosos, incluindo o ex-baterista dos Beatles Ringo Starr, o mais velho e único sobrevivente dos Bee Gees Barry Gibb e o ator e comediante Hugh Laurie, mundialmente famoso pela sua interpretação de Dr. House na série homónima de televisão. Também o antigo líder dos Liberais Democratas Nicky Clegg, que chegou a ser vice-primeiro-ministro, viu reconhecido o seu trabalho pela rainha Isabel II – curiosamente, foi um dos políticos que fez campanha pela manutenção do Reino Unido na União Europeia no referendo do Brexit e nas últimas eleições perdeu o seu lugar de deputado.
Paul McCartney, que já é sir há duas décadas, apressou-se a saudar no Twitter a comenda recebida pelo seu amigo: “Muitas felicitações Sir Ringo”, escreveu, acrescentando o elogio “melhor baterista melhor amigo!”. Ringo Starr, de 77 anos, que já tinha dito anteriormente não acreditar que um dia pudesse vir a ser nomeado cavaleiro pela rainha, mostrou-se honrado pelo título: “É uma honra e um prazer ser reconhecido pela minha música e pelo meu trabalho de caridade”.
Duas vezes por ano, a monarca atribui comendas de mérito, serviço e coragem, a 21 de abril, por altura do seu aniversário, e nos últimos dias de cada ano – os nomes são compilados por uma comissão especial e inclui propostas do governo. Nesta última lista de atribuição de reconhecimentos, divulgada pelo governo britânico na última sexta-feira, 70% dos alvos de honras foram reconhecidos pelo trabalho junto das suas comunidades em trabalho pago ou voluntário. Menos de metade dos nomes na lista são mulheres e 9,2% pertencem a minorias étnicas.
Uma antiga astronauta (Helen Sharman), a capitã da equipa de críquete (Heather Knight), a ex-diretora da edição britânica da “Vogue”, que deixou em 2017 o cargo depois de 25 anos à frente da revista (Alexandra Shulman), o escritor Michael Morpurgo, a historiadora Antonia Fraser, o chef de televisão Rick Stein, uma bailarina que se tornou apresentadora de televisão (Darcey Bussell), os jornalista Eamonn Holmes e Jilly Cooper, o capitão da seleção de râguebi (Sam Warburton) e o cantor, produtor e DJ Wiley.
Barry Gibb, de 71 anos, guitarrista e fundador dos Bee Gees, com os seus irmãos Maurice e Robin, já falecidos, não esqueceu de lembrar a contribuição destes na honra recebida: “Este é um momento para conservar na memória e nunca mais esquecer. Quero reconhecer aqui a responsabilidade dos meus irmãos nesta honra. É tanto deles, como minha”.
Como em tudo, a lista não deixou de causar alguma polémica, pois a oposição não gostou muito que o executivo de Theresa May tenha incluído vários deputados conservadores na lista de condecorações: Graham Brady, Geoffrey Clifton-Brown e Christopher Chope. Tommy Sheppard, porta-voz do partido independentista escocês (SNP), acusou May de usar as distinções para recompensar “os serviços ao seu partido” e pagar “favores políticos”.