Benfica e Sporting empataram a uma bola no dérbi da Luz, num encontro carregado de lances polémicos. Gelson Martins abriu a contagem para os leões aos 19 minutos e Jonas empatou para os encarnados em cima do minuto 90, numa grande penalidade a castigar mão na bola de Battaglia.
O golo do Sporting, de resto, foi ele mesmo envolvido em dúvida. Gelson Martins ganhou de rompante sobre Grimaldo e bateu Bruno Varela num cabeceamento letal, mas o lance parece ser precedido de um fora-de-jogo na sua origem: Acuña parece estar em posição irregular quando recebe a bola endossada por Fábio Coentrão, que depois vai dar sequência à jogada até ao golo. O árbitro Hugo Miguel consultou o vídeo-árbitro (VAR) e considerou o lance válido.
Até aqui, o Benfica estava por cima no jogo – e assim continuou. Os encarnados carregaram sempre, naquela que provavelmente foi a melhor exibição da temporada até agora, e rondaram o empate em pelo menos duas ocasiões na primeira parte: aos 25', com Piccini a cortar em cima da linha um cabeceamento de Jardel; e aos 34', quando Krovinovic rematou à trave e depois Jonas cabeceou para fora. Esse lance, todavia, também causou enorme polémica: o primeiro remate de Jonas parece ser travado pelo braço esquerdo de Coentrão. Mais uma vez, o juiz da partida pediu a ajuda do VAR e mandou seguir, perante os inúmeros protestos dos encarnados.
O Sporting viria também a criar uma excelente ocasião aos 42': lançado por Bruno Fernandes, Gelson Martins fugiu a Grimaldo e, perante a saída de Varela, picou. A bola acabou por sair desviada e por cima da baliza encarnada.
No segundo tempo, só deu Benfica. No espaço de três minutos, a Luz esteve perto de gritar golo em três ocasiões: aos 58', Jonas atirou para defesa de Rui Patrício; aos 60', novo remate do avançado brasileiro desviou em Coates e quase entrava na baliza; no minuto seguinte, outra vez um remate perigoso de Jonas a ser desviado por Piccini. A bola, na verdade, bateu no braço do lateral-direito leonino, mas Hugo Miguel voltou a mandar jogar, para desespero de Rui Vitória e demais responsáveis encarnados.
As oportunidades seguiram-se em catadupa para o tetracampeão. Raúl Jiménez, aos 67', atirou ao lado, e aos 74' viu William roubar-lhe a bola na área, aparentemente com a mão. Hugo Miguel, mais uma vez, recorreu ao VAR e mandou jogar. Aos 77', novo corte perigoso de Coates quase traía Patrício, agora após jogada de Rafa, que entrou muito bem no encontro. A sete minutos dos 90, o recém-entrado João Carvalho esteve perto de fazer um golo de antologia, e aos 90' o lance que ditou o desfecho: Rafa disparou e Battaglia, com a mão, cortou. Desta feita, o árbitro foi perentório a assinalar a marca de grande penalidade, e na conversão Jonas não falhou, estreando-se a marcar frente ao Sporting.
Até ao fim, ainda houve tempo para um pontapé de bicicleta de Jiménez que por pouco não batia Patrício. As bancadas da Luz despediram-se com aplausos para a equipa e pedidos do 37 – que parece mais longe, ainda assim, dada a vitória do FC Porto em Santa Maria da Feira. Os portistas lideram agora o campeonato de forma isolada, com dois pontos de vantagem sobre o Sporting e cinco sobre o Benfica.