As buscas pelo corpo de um homem que no sábado caiu de uma falésia foram hoje suspensas pelas 18h. As buscas recomeçarão amanhã de manhã. A localização do corpo tem sido dificultada pela agitação marítima.
O homem de 56 anos morreu no sábado ao cair de uma falésia próxima do Farol da Guia, Cascais, enquanto fazia pesca recreativa. Estava acompanhado pelo sobrinho, de 20 anos, que deu o alerta pelas 17h. Para o local foram destacados meios de emergência dos Bombeiros Voluntários de Cascais, INEM e um embarcação salva-vidas da Marinha.
As autoridades no local desenvolveram operações de resgate por terra e por mar, mas a agitação marítima com ondas de três metros impediu o resgate do corpo do pescador. O corpo foi visto no local durante horas. “Foi uma operação muito arriscada. Os bombeiros tentaram descer com cabos e o salva-vidas não conseguiu entrar devido ao estado revolto do mar”, disse o comandante Pedro Coelho Dias, porta-voz da Marinha, à agência Lusa. As buscas também contaram com a participação de um helicóptero mas a zona de escarpe não deixou que tivesse sucesso.
Segundo o comandante, o pescador terá escorregado da falésia, embatido nas rochas e levado por uma onda. Por o corpo se encontrar numa “zona rochosa de grande rebentação” foi impossível às autoridades recuperarem o corpo.
No que aos bombeiros concerne, estiveram presentes “uma viatura de combate a incêndios com cinco elementos”, disse o comandante João Loureiro ao i. Entretanto, as operações de busca foram retomadas ontem de manhã pelas 7h30. As operações decorreram por terra, mar e ar, privilegiando a maré-baixa.
Nos últimos 19 anos pelo menos 90 pescadores recreativos morreram e outros ficaram feridos em 252 acidentes em zonas rochosas ou falésias, segundo dados da Autoridade Marítima Nacional fornecidos à Lusa. A grande parte dos acidentes ocorreram em Cascais, entre o Cabo da Roca e o Cabo Raso, em Sines e em Lagos.
Na semana passada a Autoridade Marítima Nacional apelou à população para se abster “da prática de passeios juntos à costa e nas praias e de atividades lúdicas nas zonas expostas à agitação marítima, sendo essencial que assumam uma postura preventiva não se expondo desnecessariamente ao risco”. Depois deste acidente, o porta-voz da Marinha reforçou o apelo de se absterem “de comportamentos arriscados em zona de falésias ou arribas, sobretudo quando há mau tempo ou estado do mar agitado”.
Na sequência do mau tempo, a Marinha Portuguesa encerrou à navegação seis barras (Caminha, Vila Praia de Âncora, Esposende, Douro, São Martinho do Porto e Ericeira), enquanto outras cinco permaneceram condicionadas.