“Os nossos destinos estão ligados”, disse Emmanuel Macron num discurso em Xian, cidade do norte da China que é o ponto de partida da nova Rota da Seda. “O futuro precisa da França, Europa e China”, disse Macron, acrescentando que viajará à China “pelo menos uma vez por ano”.
O presidente de França começou esta manhã uma visita oficial de três dias ao país e o início em Xian é um sinal para a Nova Rota da Seda, um projeto do presidente chinês, Xi Jinping, para ligar a Ásia e a Europa por estrada, ferrovia e mar.
A iniciativa “Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda para o Século xxi”, conhecida na versão simplificada como “Uma Faixa, uma Rota” (“One Belt One Road” – OBOR, em inglês), pode, nas contas de Pequim, abranger 65 países e 4400 milhões de pessoas, quase 60% da população mundial.
Para Xi Jinping, o líder chinês mais poderoso desde há muitos anos, este projeto é central para o objetivo de expandir o seu poder e influência económica e geopolítica. O presidente da China tem sido o grande impulsionador do OBOR, um programa de investimento em projetos de infraestruturas que incluem linhas de comboio, portos e redes elétricas com o objetivo de criar uma nova Rota da Seda entre Ásia, África e Europa.
A iniciativa, cujo valor total está calculado em quase cinco biliões de euros, já tem assinalados 890 mil milhões de euros para quase 900 projetos.
O projeto tem provocado interesse, mas também alguma ansiedade, uma vez que na Europa é olhado por muitos como expansionismo por parte de Pequim. Mesmo em França é visto com cautela, mas Macron parece apoiá-lo com entusiasmo.
“Representa uma verdadeira oportunidade para criar pontes, através da partilha, entre países e civilizações, tal como as antigas rotas da seda o fizeram”, disse Macron em entrevista ao “China.org.cn”.
“Penso que é muito importante para a Europa e para a China fortalecerem a sua colaboração nesta incitaiva. A França está preparada para assumir aqui um papel de destaque”, acrescentou.
No entanto, avisou Macron, o plano deve avançar “dentro de um quadro de uma parceria equilibrada”. O défice comercial de França para com a é de China de 30 mil milhões de euros.