Durante o discurso de agradecimento do Globo de Ouro Cecil B. DeMille, Oprah Winfrey evocou o nome de Recy Taylor, “um nome que eu conheço… E que todos devem conhecer”. Mas quem é Recy Taylor?
Estávamos em 1944 quando Taylor, uma jovem agricultora negra, fazia o caminho até casa, depois de ter assistido à missa numa igreja em Abbeville, no Alabama (EUA), quando foi raptada por um grupo de seis homens.
“Foi violada e deixada na berma da estrada, vendada. Ameaçaram matá-la se contasse a alguém o que se tinha passado”, explicou Oprah durante o seu discurso.
Mas o caso de Taylor acabou por chegar aos ouvidos da NAACP (Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor) e uma jovem investigadora chamada Rosa Parks tomou conta do assunto. E quem é Rosa Parks? A mulher que ficou famosa nos EUA por, em 1955, se ter recusado a ceder o seu lugar no autocarro a uma pessoa branca.
Parks esteve por detrás da organização de um evento nacional que exigia justiça para Recy Taylor. Apesar dos esforços, os homens nunca foram acusados de qualquer crime. Recy Taylor morreu no passado dia 28 de dezembro, aos 97 anos.
Oprah Winfrey aproveitou a história de Recy Taylor para fazer uma comparação com o que se passa hoje em dia, altura em que cada vez mais mulheres aderem ao movimento ‘Me Too’ (‘Eu Também’), que ganhou força após os sucessivos escândalos sexuais em Hollywood, que envolveram várias figuras conhecidas como o produtore Harvey Weinstein e o ator Kevin Spacey.
“Durante demasiado tempo, as mulheres não foram ouvidas ou tidas em conta. [Recy Taylor] viveu, como todas nós vivemos, numa cultura influenciada pela brutalidade de homens poderosos (…) Durante demasiado tempo, as mulheres não foram ouvidas ou tidas em conta caso tentassem dizer a verdade sobre esses homens. Mas o tempo deles acabou”, disse a apresentadora, que pôr a plateia de pé com as suas palavras.