Oprah para presidente? Washington Post revela todos os ‘podres’ da apresentadora

Jornal norte-americano já fez uma lista com os assuntos mais delicados com os quais a apresentadora terá de lidar caso se candidate à presidência dos EUA

Após o discurso memorável durante a cerimónia de entrega dos Globos de Ouro, – na qual foi homenageada – Oprah recebeu várias mensagens a pedir que se candidatasse a presidente dos Estados Unidos da América. A hashtag #Oprah2020 ganhou nova força e a imprensa norte-americana avança, citando fontes próximas da apresentadora, que Winfrey está mesmo a ponderar entrar na corrida à Casa Branca.

Tendo em conta o ‘turbilhão’ que se fazia sentir nas redes sociais, o jornal Washington Post publicou um artigo polémico: ‘Oprah poderá candidatar-se a presidente. Fizemos o trabalho da oposição para si’. Neste texto, o jornal revela aquilo que considera serem “assuntos confrangedores e potencialmente problemáticos que Winfrey poderá ter que explicar durante a campanha eleitoral”.

Abuso sexual de menores

Em 2007, Oprah abriu uma academia para jovens desfavorecidas da África do Sul. Meses após a inauguração, uma das funcionárias foi detida e acusada de abuso sexual de pelo menos seis jovens com 13 e 14 anos. A apresentadora disse ter ficado destroçada e demitiu a diretora da academia.

No entanto, dois anos depois, várias alunas foram suspensas ou expulsas da academia por alegadamente tentarem obrigar outras alunas a manter relações sexuais. Um ano depois deste escândalo, foram retiradas todas as queixas contra a funcionária que tinha sido detida.

A mulher diz que ficou com a reputação manchada, que não conseguia arranjar emprego e que nunca conseguiria perdoar Oprah, que continuou a apoiar as raparigas que tinham feito a primeira acusação.

Apoio à ‘medicina alternativa’

Um dos convidados mais regulares do programa de Oprah era Dr. Oz, um médico tem dado muito que falar na imprensa norte-americana: é que Oz é acusado pelos seus pares de recorrer a práticas que não estão cientificamente provadas. “Um desses tratamentos são feijões ‘mágicos’, literalemente”, lê-se no Washington Post.

Para além disso, Oprah foi uma das defensoras do ‘Segredo’, um sistema (que chega aos seus seguidores através de vários DVD) que defende que os pensamentos positivos curam-nos emocionalmente, financieramente e fisicamente. Um dos casos mais mediáticos foi o de Kim Tinkham, uma mulher a quem tinha sido diagnosticado cancro da mama. Num dos programas de Oprah, a mulher disse que tinha encontrado no ‘Segredo’ uma nova forma de estar na vida e que graças a este sistema tinha decidido abdicar de todos os tratamentos médicos. Oprah ainda tentou dissuadi-la, mas a mulher acabou mesmo por seguir a ‘terapia’ que Winfrey tanto apregoou. De acordo com o Washington Examiner, Tinkham morreu três anos depois deste programa.

A polémica dos hambúrgueres

Corria o ano de 1996 e a doença das vacas loucas já milhares de americanos temiam este problema potencialmente fatal. Num dos seus programas, Oprah estava a entrevistar um ativista que alertava para o crescimento da doença nos Estados Unidos quando ocorreu o seguinte diálogo:

– “Disse que esta doença faz com que a Sida pareça uma simples constipação…”

– “Completamente”

– “Isto fez com que não comesse mais hambúrgueres!”

Segundo notícias da altura, as vendas de carne de vaca desceram para mínimos históricos logo após a emissão do programa. Isso levou a que um grupo de comerciantes e criadores processassem a apresentadora. Oprah foi absolvida, mas ainda hoje há quem defenda que a apresentadora devia ter sido condenada por difamação.

O livro falso

Em 2005, Oprah convidou o autor James Frey para participar no seu programa e falar sobre o seu livro, ‘A Million Little Pieces’. Neste, Frey admitia ter sido viciado em várias drogas e ter estado envolvido em muitos casos de polícia.

Dois meses depois de ter aparecido no programa de Oprah, Frey vendeu mais de dois milhões de exemplares, recorda o New York Times. No entanto, os jornalistas acabaram por descobrir que muitas das passagens escritas no livro tinham sido inventadas.

O autor acabou por admitir que tinha exagerado em algumas partes, mas, mesmo assim, Oprah continuou a defendê-lo. “O que é relevante é que ele era viciado em drogas e passou por muitos tormentos ao longo dos anos”, disse no programa de Larry King. “Estão a fazer um grande alarido por nada”, acrescentou.

A partir daqui, Oprah também passou a ser um alvo. Depois de vários dias a ser criticada na imprensa, a apresentadora convidou Frey para estar presente no seu programa e, naquilo que parece ter sido uma encenação combinada entre ambos, Winfrey condenou o escritor: “Enganaste-nos a todos. Isto é uma mentira. Não são ideias James, são mentiras”.

Em 2011, Oprah voltou a convidar Frey para um dos seus programas e pediu desculpa ao escritor pela sua “falta de compaixão” naquele momento.

Algumas pessoas “têm de morrer”

Na altura em que promovia o filme ‘O Mordomo’, no qual desempenhava um papel secundário, Oprah deu uma entrevista polémica à BBC.

“Ainda existem gerações de pessoas, pessoas mais velhas, que nasceram e foram criadas no meio de preconceito e racismo. Elas têm de morrer”, disse na altura a apresentadora, citada agora pelo Washington Post.

Houve quem apoiasse a ideia defendida por Oprah, mas alguns afirmaram que a apresentadora estava a aproveitar o discurso racista para vender bilhetes de cinema.

A amizade com Weinstein

Por acaso, o filme ‘O Mordomo’ foi co-produzido por Harvey Weinstein, o britânico que é agora acusado por várias atrizes de as ter assediado sexualmente. Este é o proncipal caso por detrás do movimento Time’s Up, do protesto durante a cerimónia dos Globos de Ouro, em que todas as mulheres usaram roupas pretas, e até do discurso da própria Oprah.

A apresentadora era amiga de Weinstein, mas nunca o defendeu publicamente após o escândalo sexual. Aliás, a apresentadora emitiu um comunicado onde condenava o “comportamento hediondo” do produtor.

No entanto, mutios atores e jornalistas afirmam que a conduta de Weinstein era algo á conhecido no meio, mas que as estrelas não falavam sobre o assunto por temerem as repercurssões. Existem já vários utilizadores das redes sociais que alegam que Oprah compactuou com o que se passou, por nunca ter falado publicamente sobre a conduta de Weinstein.

Houve até quem envolvesse o nome da apresentadora no escândalo: a atriz Kadian Noble afirmou que Weinstein a seduziu, em parte, quando a apresentou a Naomi Campbell e Oprah. A apresentadora nunca falou sobre o assunto.