Álvaro Domínguez foi uma grande esperança do futebol espanhol. Como central ou lateral-esquerdo, fez mais de 100 jogos pelo Atlético de Madrid entre 2008 e 2012, conquistando duas Ligas Europa e chegando à principal seleção espanhola. Passou mais quatro anos no Borussia Monchengladbach, na Alemanha, até tomar a decisão de abandonar o futebol aos 27 anos, na época passada, devido a um longo calvário de lesões nas costas.
O ex-internacional espanhol está agora a preparar a publicação de um livro destinado a ajudar antigos jogadores a gerir o dinheiro amealhado durante a carreira e, em entrevista ao jornal "El Mundo", confessou ter cometido vários excessos durante o seu percurso como profissional. "É uma mudança muito drástica e sem educação é muito difícil gerir esse dinheiro. Critica-se muitos os futebolistas, mas pega em qualquer miúdo que chegue ao fim do mês sem dinheiro, dá-lhe um milhão de euros e vê como se organiza. Não acredito que se comporte melhor do que qualquer futebolista. Quando és futebolista não valorizas o dinheiro. Carros cada vez mais caros, relógios cada vez maiores. Apanhas um avião privado para ir jantar e achas que é normal", referiu, completando com um exemplo concreto: "Saí uma noite com os meus amigos e no final encontrei uma fatura de 15 mil euros. É normal que quem leia isto pense que sou estúpido. Isso é algo que fazes uma vez na vida para saber como é, mas tens de te lembrar que não é essa a realidade. O problema é que muitos saem dessa linha e convertem a exceção na regra."
No entender de Domínguez, outro dos problemas que norteiam a conduta da maioria dos futebolistas profissionais tem a ver… com as mulheres. "Os jogadores casam-se muito cedo, muitas vezes com pessoas que não conhecem muito bem. São ingénuos. Não têm nem ideia da separação de bens, nem de outras coisas, e depois levam golpes tremendos", salientou o ex-jogador.