Incêndio consome armazém em Lisboa

Segundo incêndio urbano de grandes proporções no espaço de 48 horas não fez vítimas. Em Tondela, famílias despedem-se das vítimas

Um armazém de produtos chineses, em Lisboa, foi ontem consumido por um incêndio de grandes dimensões que deflagrou ao final da tarde na zona dos Olivais.

De acordo com a presidente da junta de freguesia, Rute Lima, o fogo terá tido origem num curto-circuito, tendo alastrado rapidamente devido ao “material inflamável e têxtil” que existia dentro do edifício. Em declarações à Lusa, Rute Lima disse ainda que não existem “danos pessoais” a registar, havendo apenas “danos materiais”.

A autarca revelou também que, até às 20 horas, não foi possível aos bombeiros entrar no armazém “devido à densidade” do fumo, não havendo, porém, vítimas ou feridos.

O alerta foi dado aos bombeiros por um popular pelas 18h11 e o fogo foi dado como controlado pelas 18h52, tendo sido combatido por 13 viaturas de sapadores a que se juntou uma equipa dos voluntários do Beato.

Além dos bombeiros, deslocaram-se para o local o INEM , que enviou uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER). Já o Hospital de São José enviou um motociclo de emergência e duas ambulâncias. O edifício atingido pelas chamas tem cerca de 1.500 metros quadrados, dois andares e fica situado numa urbanização. Contíguas ao armazém estão instalações da junta de freguesia dos Olivais, que foram ameaçadas pelas chamas.

Funerais de vítimas de Tondela O incêndio urbano em Lisboa deflagrou dois dias depois do incêndio em Tondela que resultou em oito vítimas mortais.

De acordo com o “Jornal do Centro”, estão marcados para hoje à tarde os funerais de três das vítimas do incêndio que deflagrou na associação cultural, recreativa e humanitária de Vila Nova da Rainha. Ao funeral destas três vítimas, que eram naturais de Vila Nova da Rainha, soma-se ainda a cerimónia fúnebre de uma quarta vítima, de Moledos, que vai a enterrar amanhã.

O incêndio que teve como origem uma salamandra, fez 38 feridos, sendo que cinco foram transferidos para hospitais de Lisboa. Ontem ao final do dia, dois tinham “prognóstico reservado”. Os restantes três, incluindo uma jovem de 15 anos, encontram-se “estáveis”, de acordo com a Lusa.

Os dois feridos que inspiravam mais cuidados estavam internados no Hospital de Santa Maria. Trata-se de dois homens, na casa dos 50 anos, “com queimaduras nas vias respiratórias”. Fonte hospitalar garantiu que ambos se “encontram estáveis, apesar do prognóstico reservado”.

Para o Hospital Dona Estefânia foi encaminhada uma jovem de 15 anos, que de acordo com fonte hospitalar se encontra “estável, sedada e ventilada, mas com prognóstico favorável”.

Para o Hospital de São Francisco Xavier foram transportados outros dois homens, de 70 e 51 anos, que estão em situação estável.

Tondela decretou três dias de luto no concelho, que terminam amanhã. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que visitaram o local no dia da tragédia, expressaram solidariedade aos familiares das vítimas.

Sobre o edifício onde deflagrou o incêndio, a autarquia de Tondela esclareceu que existe o registo de licenciamento de “uma obra de adaptação para servir de sede da associação, em 1992”. Em declarações à Lusa, José António Jesus disse que a associação “foi constituída em 1979, tendo desde então ocorrido diversas intervenções de construção e beneficiação, ao longo dos diferentes mandatos dos seus dirigentes”.