Há oito anos que os U2 não vinham a Portugal, para desilusão dos fãs que, em fóruns e nas redes sociais, lamentaram a omissão. A falha no roteiro será preenchida a 16 de setembro, quando a banda trouxer à Altice Arena, em Lisboa, a eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018.
Do ponto de vista cénico, “é uma atualização do palco único e inovador de 2015, com múltiplos palcos e um sistema de som inovador, além de um novo ecrã LED de elevada resolução – nove vezes maior que o ecrã de 2015”, refere um comunicado da promotora.
O pretexto musical é o díptico “Songs of Innocence” (2014) e “Songs of Experience” (2017), de final do ano passado. O primeiro provocou um chorrilho de críticas quando, numa manobra arrojada, os U2 e a Apple uniram forças e “introduziram” sem permissão o álbum no iTunes de todos os utilizadores, batizando o gesto de “oferta”. O efeito foi catastrófico e tanto a banda como o gigante tecnológico foram demolidos nas redes sociais, a quem queriam agradar. Nada que tivesse afetado uma digressão esgotada noite após noite, perturbada apenas por um… acidente de bicicleta de Bono que o obrigou a adiar o retorno aos palcos em meio ano.
No hiato entre a inocência e a experiência, os U2 reviveram “The Joshua Tree”, o álbum que os catapultou para a conquista da América – um feito nem sempre ao alcance das bandas europeias na era pré-digital. Em 1987, o estatuto de estádio era cimentado graças a hinos como “Where The Streets Have No Name”, “With Or Without You” e “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”.
Ao culto massificado das arenas, os U2 adicionaram pirotecnia avançada. Tecnologia de ponta, adaptada ao telemundo dos anos 90, em digressões como a “Zoo TV”, a primeira a passar por Lisboa – Alvalade, maio de 1993 – e a “Popmart”, quatro anos depois, com uns tais Placebo na primeira parte. Os U2 dos anos 80 e os U2 dos anos 90 evoluíram do pós-punk cinzento das caves para os grandes ecrãs de cor e dança.
Os U2 do séc. xxi hesitam entre os mínimos nostálgicos de “All That YouCan’t Leave Behind” e a adolescência forjada de “How to Dismantle an Atomic Bomb”, onde a redefinição inaugurada em “Achtung Baby” e prolongada com “Zooropa” condiz com indefinição. Singles nem ouvi-los, a internet prefere Bruno Mars, Drake, Beyoncé e Kendrick Lamar – o convidado de gala de “Songs of Experience” –, mas ainda rendem muito dinheiro. Em 2017 foram a banda mais lucrativa na estrada. Ao todo, os U2 ganharam 263 milhões de euros com a sua digressão, vendendo mais de 2 milhões e 700 mil bilhetes.
Os ingressos são postos à venda no dia 26 em lojas MEO selecionadas e na blueticket.pt. Aos subscritores do site U2.com está reservada a primeira pré–venda – de amanhã às 10h00 até sábado às 17h00. A segunda será para os fãs que adquiriram o álbum “Songs of Experience” na pré-venda, antes de 30 de novembro de 2017, e que têm também direito a esta venda antecipada para os espetáculos do Reino Unido, França, Espanha, Portugal, Dinamarca, Itália, Irlanda e Holanda. Estes fãs vão receber um código único que dá acesso só a esta pré-venda, que decorre entre 22 de janeiro às 09h00 e o dia 24 de janeiro às 17h00.
Será o sétimo concerto dos U2 em solo nacional, depois da estreia no já longínquo Vilar de Mouros (1982), Alvalade, Lisboa (1993, 1997 e 2005) e Coimbra (duas noites em 2010).