Progressos no crédito malparado

A Comissão Europeia (CE) considera que há progressos na redução do crédito malparado na União Europeia, incluindo em Portugal. O Banco Central Europeu (BCE) já tinha reconhecido a melhoria, resultado da situação económica, mas lembra que a situação ainda está por resolver.

No Conselho de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), o primeiro sob a presidência búlgara da UE, “foi possível verificar “um sentimento partilhado sobre as prioridades imediatas”, como completar a união bancária.

Segundo o comissário europeu com o pelouro do euro, o Ecofin discutiu o aprofundamento da União Económica e Monetária (UEM), durante o qual foi realçado “que a nível da união bancária temos que atuar, simultaneamente, a nível de partilha de riscos e redução de riscos. Uma parte importante da redução de riscos na união bancária é reduzir os níveis de NPL (’non-performing loans’, os empréstimos malparados) ”, afirmou Valdis Dombrovkis na conferência de imprensa final do encontro, acrescentando que a CE vai apresentar propostas em março sobre esta matéria.

“O relatório que apresentámos mostra que nos últimos três anos a proporção de NPL na União foi reduzido em um terço, o que corresponde a cerca de 300 mil milhões de euros em reduções, e em 2017 a rácio ficou em 2,6%”, apontou o também vice-presidente da Comissão.

Segundo Dombrovskis, “houve progressos encorajadores em vários países com elevados níveis de NPL, como Itália, Espanha, Portugal, Eslovénia e outros”. Ainda assim Bruxelas irá apresentar “um pacote de medidas para ajudar a redução de NPL e prevenir a sua acumulação no futuro”.

No final de 2017 o presidente do BCE apontara que o problema do crédito malparado na zona euro não está resolvido, apesar de reconhecer que a situação melhorou desde o início do ano passado. Mario Draghi afirmou que os bancos com mais crédito malparado emprestam menos do que os bancos com créditos de melhor qualidade e, assim, apoiam menos as empresas e as famílias.

Já no início deste ano, a Fitch apontou que os bancos portugueses continuam pressionados pelo crédito malparado, embora o crescimento económico do país esteja a apoiar a recuperação.