Depois de estar cerca de dois meses fechada, a discoteca Urban Beach vai reabrir portas este sábado. Na base da ordem de encerramento dada pelo Ministério da Administração Interna (MAI) em novembro esteve o episódio de violência que envolveu três seguranças e dois jovens na noite de Halloween, registado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais. Mas não só: como fez saber na altura Eduardo Cabrita, o Ministro da Administração Interna, na decisão do MAI pesaram também as 38 queixas apresentadas à PSP desde o início de 2017, «por alegadas práticas violentas ou atos de natureza discriminatória ou racista».
Não se sabe em que pé estão as queixas e se resultaram em processo mas, a 15 de novembro, duas semanas depois da divulgação do vídeo, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) revelava à Lusa que, até essa data, a empresa não fora notificada de nenhum processo.
Ana Jacinto, a secretária-geral da AHRESP, assinalou que «qualquer um pode fazer uma queixa», razão pela qual considerava «um pouco precipitada» a decisão de o MAI encerrar o espaço noturno. Até porque, como notou na altura, as agressões – aos olhos da AHRESP um ato «gravíssimo, lamentável e repugnante» – decorreram fora do horário de funcionamento da discoteca, cuja licença permitia que estivesse aberta até às 6h.
As agressões, disse ainda, foram feitas por «seguranças de uma empresa contratada».
Recorde-se que os três seguranças envolvidos no episódio que ditou o fecho da discoteca tiveram destinos diferentes – enquanto um saiu em liberdade com termo de identidade e residência e proibição de exercer a atividade de segurança, os outros dois estão em prisão domiciliária.
«Eventualmente é agora uma das casas mais seguras do mundo». Foi assim que Paulo Dâmaso, administrador do grupo K, que detém a discoteca Urban Beach, se referiu ao espaço noturno na conferência de imprensa organizada esta semana e que serviu para anunciar a reabertura.
Depois de dois meses fechado, o espaço reabre com melhorias «acima do que é legalmente exigido». Às 62 câmaras de vigilância existentes juntaram-se mais 33, que garantem que nada passa ao lado dos vigilantes quer no interior, quer no exterior do estabelecimento. A captação do sistema estende-se até dois metros nas laterais e nas traseiras, além de acompanhar os clientes desde o início da passadeira.
A discoteca terá, também, um piquete de dois bombeiros em permanência. Foi ainda adicionada uma quinta saída de emergência às quatro já existentes, o que permite, no caso de ser necessária uma evacuação, fazê-lo em «57 ou 58 segundos», segundo revelou o administrador. Outra alteração relaciona-se com o consumo, que passará a ser pago à entrada.