O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, em entrevista ao canal francês ITV, que Washington poderá readerir ao Acordo Climático de Paris, caso se alcance um "acordo completamente diferente". Trump manteve a caraterização de "terrível" e "desastre" para os Estados Unidos quando abordou a sua visão sobre o mesmo.
"Em primeiro lugar, foi um acordo terrível para os Estados Unidos. Se eles fizerem um bom negócio, sempre há uma hipótese de voltarmos. Mas foi um acordo terrível para os Estados Unidos. Foi injusto connosco", disse. "Eu acredito no ar limpo. Eu acredito em cristal claro, bonito… Eu acredito em ter uma boa limpeza em tudo", afirmou para explicar a sua noção de boas condições climáticas. Por fim, voltou a garantir que a Casa Branca estaria disposto a readerir ao Acordo se for "um acordo completamente diferente".
Na mesma entrevista, as críticas às negociações do Brexit e à União Europeia também foram um ponto forte. Trump defendeu que caso fosse o primeiro-ministro britânico teria avançado com negociações de forma "diferente", acrescentando que também ele teve "uma série de problemas" ao negociar com o bloco europeu um acordo de comércio.
"Acho que teria dito que a União Europeia não está preparada para o que deveria ser, e eu teria assumido uma posição mais díficil ao sair. Tenho muitos problemas com a União Europeia", disse.
Como bom negociador que afirma ser, Trump não descurou a possibilidade de avançar com um "excelente" acordo com o Reino Unido depois deste ter terminado as negociações com a União Europeia.
As afirmações e vídeos polémicos do líder da maior potência militar e económica do mundo também não ficaram à margem da entrevista. Nesta, Trump pediu desculpas pela partilha dos tweets inflamatórios do líder do grupo de extrema-direita "Britain First" em novembro. "Se me está a dizer que eles são pessoas horríveis, horríveis racistas então certamente que pedirei desculpas se mo pedir", disse. "Sou a pessoa menos racista que qualquer pessoa poderia conhecer. Certamente que não estava a apoiar ninguém", garantiu.
Para concluir, o presidente dos Estados Unidos respondeu às críticas de quem o chama misógeno. "Não diria que sou feminista. Isso seria ir longe demais. Sou pelas mulheres, sou pelas homens, sou por toda a gente", disse. E, no final, ainda felicitou as mulheres: "As mulheres estão a sair-se muito bem, e estou feliz por isso".