O dia foi tenso em frente à Cidadela, onde se encontra o parlamento catalão. Os Mossos d’Esquadra, sob o mando do governo espanhol, que ainda não suspendeu o artigo 155, que lhe permite governar a região, fizeram tudo para que Puigdemont não conseguisse entrar numa eventual sessão de investidura. O zelo foi enorme: o líder da Catalunya en Comú-Podem, Xavier Domènech, foi retido pela polícia quando chegava ao parlamento e o táxi onde seguia foi revistado até ao porta-bagagens.
Isto apesar, de desde a manhã, o presidente da mesa do parlamento catalão, Roger Torrent, ter dito que a investidura estava adiada até haver condições e resposta do Tribunal Constitucional às contestações feitos pela mesa.
O Tribunal Constitucional espanhol voltou a reafirmar a sua posição que não pode haver sessão de investidura sem a presença do candidato ao cargo de presidente do governo. E que no caso de Puigdemont, ele terá que ter que se dirigir ao Supremo Tribunal de Justiça para ser ouvido pelos juiz do caso. E só o magistrado Pablo Lllarena pode decidir se ele não é detido e que se pode dirigir ao parlamento.
O adiamento da sessão não caiu bem entre os manifestantes independentistas que furaram as barreiras policiais que impediam a entrada do Parque da Cidadela, para reclamar a realização de um plenário de investidura. Houve vários empurrões entre manifestantes e polícias, o que levou a organização do protesto, a ANC (Assembleia Nacional Catalã), a desconvocar a manifestação, dizendo que na Catalunha “os protestos são pacíficos”. Por sua vez, uma reunião dos manifestantes decidiu passar a noite nos terrenos adjacentes ao parlamento.
Segundo o jornal “El Periódico”, os vários partidos independentistas ainda não tomaram conhecimento do conteúdo do discurso de Puigdemont, o programa e composição do governo. Levando um membro da ERC a comentar: “separam-nos 10 000 votos e procedem como há 25 anos”.