O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) afirmou este sábado que percebe a preocupação dos funcionários em relação ao futuro do banco, mas reforçou a ideia de que as medidas mais contestadas neste processo de reestruturação são decisivas.
"Percebemos os seus anseios, mas ao mesmo tempo também percebemos que os trabalhadores da Caixa têm que ter condições convergentes com os outros bancos, porque só assim é que a CGD pode ser competitiva", defendeu Paulo Macedo, que falava à margem do encontro ‘Caixa fora da Caixa’.
Estas declarações surgiram durante o protesto de alguns trabalhadores que se realizou esta manhã à porta do local onde se realizava esta iniciativa. Macedo desvalorizou a manifestação, dizendo que não é possível agradar a todos quando, por um lado, "as pessoas têm alguma resistência em pagar comissões à Caixa e, por outro, o nível das taxas de juro é o mais baixo de sempre".
Quanto à posição dos sindicatos, que dizem estar num “apagão total” quanto aos cortes de pessoal previstos neste plano de reestruturação, Macedo contestou esta acusação, explicando que participou em "mais de 12 reuniões com comissões de trabalhadores e sindicatos".
O responsável explicou que não existirão despedimentos: está prevista "uma proposta de rescisões por mútuo acordo e outra por antecipação de reformas"
"A Caixa tem as melhores condições da banca portuguesa e das melhores entre quaisquer empresas em Portugal", acrescentou. "Pode sempre haver melhor diálogo e coisas a acertar", admitiu o responsável, defendendo, por outro lado, que o importante a reter é que "após vários anos de prejuízo, em 2017 a CGD deu lucros" de 51,9 milhões de euros.