Art Jones, de 70 anos, é conhecido em Illinois pelas suas afirmações polémicas de negação do Holocausto, mas também pelos seus comentários ao Presidente Donald Trump, que, segundo Jones, está "rodeado por hordas de judeus, incluindo um da sua própria família, aquele sem préstimo Jared Kushner". "O homem [Trump] traiu-nos", concluiu.
As palavras foram proferidas num evento social de extrema-direita e filmado para a posteridade – e rapidamente circulou pelas redes sociais.
"Estou a correr ao Congresso, não para chanceler da Alemanha. Tudo bem. Para mim, o Holocausto é o que eu disse que é: é uma raquete de extorsão internacional", afirmou Jones numa entrevista publicada ontem no Chicago Sun Times. Em 2012, o agora candidato afirmou também que o Holocausto é a "maior mentira na História".
Hoje, Art Jones é o único candidato pelo Partido Republicano para ocupar o lugar afeto ao terceiro distrito de Illinois no Congresso norte-americano. Não é a primeira vez que tenta chegar ao Capitólio: em 2016 tentou concorrer ao Congresso, mas viu o seu objetivo gorado quando nenhuma das assinaturas de eleitores que precisava para se qualificar foi considerada válida.
Desta vez, o candidato aprendeu a lição. Antes de entregar as assinaturas recolhidas para poder avançar para esta corrida eleitoral, um advogado do Partido Republicano analisou-as, considerando-as válidas.
A adesão a ideiais nacionais-socialistas parece ter na vida de Jones um longo historial, segundo a Liga Anti-Difamação, que lhe chama "um já velho neonazi". No passado, Jones foi visto a comemorar o aniversário de Adolf Hitler com um uniforme da Alemanha nacional-socialista e a protestar contra a criação de um museu sobre o Holocausto em Illinois, além de ser uma presença assídua em eventos de cariz neo-fascista. Também foi lider do Partido Nacional Socialista Americano e dirige agora um grupo chamado "Comité América Primeiro", onde a "pertença à organização está aberta apra qualquer cidadão branco de descendência europeia, não judia".
Este domingo, o presidente do ramo Republicano do Estado do Illinois, Timothy Schneider, emitiu um comunicado a afirmar que "opomo-nos veemente à visão racista e à sua [Jones] candidatura a um cargo público". E acrescentou: "O Partido Republicano do Illinois e o nosso país não têm lugar para nazis".