A Polícia Judiciária (PJ) voltou a realizar buscas no Estádio da Luz no seguimento do caso dos e-mails do Benfica.
Segundo o i apurou junto de fonte policial, estas realizaram-se a 30 de janeiro, no mesmo dia em que ocorreram as diligências no âmbito da Operação Lex, que tem como figura principal o juiz Rui Rangel e investiga os alegados crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagens, tráfico de influências, branqueamento e fraude fiscal qualificada.
A mesma fonte confirmou ao i que estas buscas não estão relacionadas com a Operação Lex, mas sim com o caso dos e-mails – esta última investigação já tinha motivado buscas nas instalações do Benfica em outubro do ano passado. Num comunicado emitido na altura, era explicado que estavam a ser investigados “por parte de um suspeito” os crimes de “corrupção passiva e ativa (…) relacionados com os denominados e-mails do Benfica”. Ao todo, foram realizadas dez buscas em vários locais (Lisboa, Coimbra, Corroios, Santarém, Gaia e Guimarães), tendo estado envolvidos na operação 34 elementos, incluindo magistrados do Ministério Público (MP), juízes de instrução e funcionários da PJ (inspetores e peritos financeiros, contabilísticos e informáticos).
E-mails divulgados na televisão O caso começou a partir de uma denúncia anónima que deu entrada no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, após o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ter divulgado os primeiros e-mails.
Em abril do ano passado, Francisco J. Marques divulgou correspondência trocada entre Luciano Gonçalves, presidente da Assoicação portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) e responsáveis do Benfica. Nestes e-mails, o primeiro pedia bilhetes para um jogo por um preço mais baixo. Gonçalves reagiu na altura, dizendo que tinha pedido os ingressos na qualidade de Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Centro Recreativo de Alcanadas.
Mais tarde, o responsávels dos ‘dragões’ foi fazendo revelações com alguma assiduidade, mostrando e-mails trocados entre várias figuras do clube da Luz, entre elas Luís Filipe Vieira, o diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e o assessor jurídico da SAD dos ‘encarnados’, Paulo Gonçalves. Frases como “Algo está a mudar, o Porto já não manda” e “Hoje quem nos prejudicar sabe que é punido” – alegadamente trocadas entre Pedro Guerra e Adão Mendes, um observador de árbitros que integrou integrou o Conselho de Arbitragem da AF Braga – tornaram-se virais e geraram uma onda de indignação no mundo do futebol.