Também o Governo previu, no Orçamento do Estado para 2018, uma desaceleração do crescimento económico português para 2,2% este ano depois de ter chegado aos 2,6% no ano passado.
Para o crescimento económico de Portugal em 2017, Bruxelas aponta que terão contribuído as exportações e as importações, que tiveram uma "performance forte, refletindo o sentimento económico sentido por toda a Europa e a capacidade de atualização da maior produtora de carros em Portugal".
Para 2018 a CE afirma que "o investimento deve continuar a apoiar o crescimento, ao beneficiar de melhores condições de financiamento e de maiores lucros empresariais". No entanto, avisa, o comércio externo deve abrandar, embora "ainda deva crescer mais rápido do que a procura interna, que deve cair depois de um contributo muito forte em 2017".
Nas previsões de inverno o executivo comunitário justifica o abrandamento do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano com um "desenvolvimento salarial moderado e uma pequena subida da taxa de poupança".
Também a criação de emprego em setores que necessitam de muitos trabalhadores, particularmente no turismo, contribuiu para uma "fraca performance da produtividade", apesar de uma previsão de melhoria.
No que diz respeito à inflação, o outro critério para além do PIB, usado nestas previsões, Bruxelas prevê que estabilize em 1,6% este ano. “Os preços da energia devem ter um contributo importante para a inflação este ano, refletindo os movimentos nos preços do petróleo, ao mesmo tempo que a valorização do euro deverá manter o preço dos restantes numa trajetória decrescente", lê-se no relatório da Comissão.
Melhor dinâmica conjuntural
Em relação às previsões para a zona euro e União Europeia, Bruxelas justifica com “uma melhor dinâmica conjuntural na Europa, onde a situação dos mercados de trabalho melhora e a confiança económica é particularmente elevada, e, por outro lado, de uma recuperação mais vincada do que o previsto da atividade económica mundial e das trocas comerciais internacionais".
No entanto, Bruxelas alerta que a "incerteza em torno das negociações sobre o 'Brexit' continua presente" e lembra que existem várias tensões geopolíticas e ainda uma tendência para o protecionismo.
No que diz respeito à inflação, a Comissão Europeia antecipa que esta se mantenha "moderada" e sem grandes variações, apontando que a taxa na zona euro seja de 1,5% em 2017 e este ano.
A partir de 2017, a Comissão Europeia volta a publicar duas previsões abrangentes (primavera e outono) e duas previsões intermédias (inverno e verão) a cada ano. Desde 2012 que publicava três previsões abrangentes no inverno, na primavera e no outono.
Segundo Bruxelas, assim, as suas projeções ficam em linha com as de outras instituições, como o Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Em maio serão publicadas as chamadas "previsões da primavera", que como as de outono, incluirão todos os principais indicadores macroeconómicos – a taxa de desemprego, o défice orçamental, a dívida pública e o saldo das contas externas, entre outros. As intermédias contemplam apenas crescimento económico e inflação.