A nova presidente da Raríssimas disse esta sexta-feira que a associação encontra-se numa situação “muito grave” e pediu aos portugueses que ajudassem a salvar a instituição através de donativos.
Durante a conferência de imprensa que assinalava o primeiro mês da nova direção, Sónia Laygue não revelou qual o valor das perdas desde o escândalo que abalou a associação, mas disse que a Raríssima encontra-se numa situação “muito delicada”.
A presidente da instituição revelou que foram realizados vários cortes, exemplificando com o valor que se gastava com uma viatura – tinha “um custo não aceitável”, afirmou.
Sónia Laygue disse ainda que as dívidas com fornecedores estão a ser negociadas e que os ordenados estão a ser pagos a horas.
Raríssimas não vai ser fundação
De acordo com um despacho publicado na quarta-feira em Diário da República, a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, recusou o pedido de reconhecimento da Fundação Raríssimas. “Indefiro o pedido de reconhecimento da Fundação Raríssimas”, refere o despacho assinado pela ministra.
A criação da fundação era já uma intenção da ex-presidente da Associação Raríssimas, Paula Brito e Costa, tendo o pedido de reconhecimento dado entrada em abril de 2017.
Escândalo divulgado na televisão
Recorde-se que a gestão da instituição foi colocada em causa depois de uma reportagem da TVI, exibida no dia 9 de dezembro, ter revelado a gestão enganosa por parte de Paula Brito e Costa, agora afastada das suas funções na Raríssimas.
A TVI divulgou alegadas irregularidades na associação, incluindo o uso indevido de dinheiro da IPSS para fins pessoais, visando em particular a fundadora que, entretanto, se demitiu do cargo.
Paula Brito da Costa foi constituída arguida no âmbito da operação Raríssimas desenvolvida pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público, que está a ser conduzida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.