Dos Jogos Olímpicos do Rio ao PyeongChang 2018. Tonga voltou a ficar em tronco nu na abertura de cerimónia

Há dois anos representou o Tonga nos Jogos Olímpicos de Verão no Rio de Janeiro, em 2016, onde surgiu em tronco nu, e agora voltou a repeti-lo na abertura de cerimónia dos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 20128, na Coreia do Sul. Desta vez vem com mais objetivos: inspirar os outros e mostrar que não…

Pita Taufatofua, o atleta tonganês, voltou a estar no centro das atenções aos aparecer em trono nu na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, na Coreia do Sul, com a bandeira do seu país.

Apesar das baixas temperaturas, Taufatofua revelou-se totalmente indiferente às condições climatéricas adversas. “Não vou congelar. Eu sou de Tonga. Navegamos pelo Pacífico. Isto não é nada. É um pouco mais quente estar no Rio do que aqui, mas quando se consegue representar o país é sempre um bom momento”, declarou o mesmo, aos canais de comunicação de PyeongChang2018.

Taufatofua aderiu à modalidade de ‘cross-country’ no ano passado e acabou por ser apurado, mesmo à última da hora, após ter deixado o taekwondo. “É a coisa [cross-country] mais difícil que já fiz. O taekwondo é intenso, alguém tenta pontapear a nossa cabeça. A esquiar, sentimos dor por uma hora. É uma questão de sentir dor curta e dor longa, mas eu adoro os dois desportos”, referiu.

Há dois anos rumou até ao Rio de Janeiro, na modalidade de taekwondo, mas o seu ‘sonho’ acabou por terminar cedo.

Taufatofua apenas aderiu a esta modalidade há cerca de 12 semanas e, desde aí, que tem treinado várias horas seguidas, onde aprendeu realmente a esquiar, afirmando que é a “pior coisa de sempre”.

Ainda assim, admite que não irá desistir da corrida: "Em todas as corridas, eu luto, eu penso que quero sair. Não houve uma única que não quisesse parar na primeira volta – mas acabo por terminar sempre.”, declarou à BBC Sport.

"A primeira vez que te permites parar e sair derrotado, acabas por parar sempre. Não importa se estás uma hora atrás do vencedor, porque quando se trata de como vences as coisas, acabas por nunca parar. E é assim que estou aqui, porque não parei.”, acrescenta.

"É o desporto mais difícil que pude encontrar. Não sou um atleta à distância, não sou um esquiador de ‘cross – country’ de longa distância. Isto é mesmo complicado", indica.

O tonganês não espera ganhar a medalha de ouro olímpica, mas sim inspirar outras pessoas do seu país, a nunca desistirem dos seus sonhos.

Taufatofua conta ainda como se conseguiu apurar para o jogos, explicando que rezou muito. “Eu tive ajuda lá de cima, além disso tive muitas pessoas a apoiarem-me”.

No entanto, apesar de ter sido apurado, revela ainda que sabe que não vai ganhar e que apenas desejava chegar até aos jogos. "Eu não vou ganhar, tive 12 semanas de treino. O milagre era chegar aqui. Eu faço isso porque há pessoas inspiradas nessa história.”, conta ainda, indicando que espera só que haja alguém a torcer por ele: “Pode haver apenas uma mão a aplaudir e será minha irmã. Eu só quero passar pela corrida", acrescentou.