Um dia depois do maior protesto contra o Governo dos últimos 25 anos, o primeiro-minsitro etíope, Hailemariam Desalegn, apresentou uma “carta de resignação” no Parlamento.
“O primeiro-ministro disse ter tentado um último esforço para resolver a crise no país e agora apresentou uma carta de resignação como parte da solução”, refere a estação televisiva Fana, citada pela agência Lusa.
De acordo com a imprensa internacional, ainda não é claro se o Parlamento vai ou não aceitar a demissão de Desalegn. Por agora, o primeiro-ministro deverá manter-se em funções.
Recorde-se que a Etiópia tem vivido muitos protestos nos últimos meses. Várias manifestações foram reprimidas pelas forças de segurança e terminaram com várias mortes e feridos. Estas contestações começaram em 2015, altura em que o Governo começou a ser acusado de prender vários jornalistas e dirigentes da oposição apenas por expressarem opiniões contrárias às políticas aplicadas pelo Executivo.
Para contrariar esta ideia, nas últimas semanas, o primeiro-ministro etíope ordenou a libertação de 6.500 detidos, entre dirigentes da oposição, jornalistas, académicos e intelectuais. Apesar de o Governo ter afirmado que queria “alargar o espaço democrático”, os protestos continuaram.