As autoridades chinesas baniram temporariamente a letra N da Internet. E tudo por causa de uma lei que o presidente chinês, Xi Jinping, quer aprovar em breve, permitindo-o governar por tempo indefinido.
O Partido Comunista Chinês quer revogar a limitação de dois mandatos presidenciais – isso faz com que Xi Jinping se mantenha no poder por tempo ilimitado. Esta decisão de abolir os limites temporais de governação gerou vários protestos e, por isso, a censura teve de ‘entrar em ação’.
— Sandra F Severdia (@underbreath) 25 de fevereiro de 2018
Depois de abolir expressões como “Viva!”, “discordo”, “vergonha” e “imortalidade”, os censores viram-se obrigados a ‘fazer desaparecer’ a letra N. Existem várias teorias para o que estará por detrás desta decisão, mas as que estão a ‘correr’ mais na Internet estão relacionadas com ‘truques’ usados pelos utilizadores para tentar contornar a censura.
A letra N seria usada para substituir a palavra ‘Não’, usada como forma de contestar a nova lei chinesa – seria impossível escolher entre Y e N (para Yes (sim) e No (não)) enquanto a letra estivesse indisponível.
Outra teoria, defendida por Victo Mair, especialista em cultura chinesa da Universidade da Pensilvânia, é de que N representaria o número de mandatos presidenciais, sendo que N poderia representar mais do que dois – ou seja, serviria para explicar, em código, o que está em causa com esta nova medida.
Winnie the Pooh vítima da censura
Também Winnie The Pooh, o simpático urso amarelo criado pelo escritor britânico Alan Alexander Milne e adaptado aos desenhos animados por Walt Disney, foi censurado nas redes sociais chineses depois de ter sido usado, em forma de meme, para ridicularizar o presidente da China, Xi Jinping, diz o jornal britânico The Guardian.
O utilizador que tentava escrever "Pequeno Urso Winnie", como é conhecido na China, recebia uma mensagem de erro que refere que o "conteúdo é ilegal".
A censura estará alegadamente relacionada com a comparação do presidente chinês Xi Jinping ao famoso urso. A polémica teve início em 2013, após um encontro entre Barack Obama e Xi Jinping.