Em 2011, uma revolta de estudantes começou numa sala de aulas, mas rapidamente se transformou num movimento de protesto contra propinas no ensino secundário e superior com milhões de estudantes nas ruas. Meses depois, o Poder político avançava com reformas que meses antes pareciam impossíveis, como a abolição de propinas.
Agora, os líderes desse movimento estudantil, encabeçado por Gabriel Boric, escreveram uma carta a expressar solidariedade aos estudantes ativistas norte-americanos que desde o massacre em Parkland, Florida, têm pressionado para se avançar com reformas legais para se limitar o acesso a armas de fogo nos Estados Unidos.
"Sabemos que não é suficiente pedir mais direitos, como se fossem um favor", pode ler-se na carta partilhada na rede social Twitter. "Em vez disso, devemos exigi-los – especialmente em casos como este em que o falhanço pode significar a diferença entre a vida e a morte".
Os ex-dirigentes estudantis deixaram ainda um conselho aos seus homólogos norte-americanos: "O único conselho que podemos dar – e fazemo-lo humildemente – é formar uma organização nacional, unir estudantes de diferentes Estados e empurrar para que as famílias deles vos apoiem não apenas onde estão, mas em todo o país".
"Sempre nos disseram que a ação coletiva nos dá Poder, mas foi apenas depois de nos termos mobilizado que percebemos empiricamente o valor da organização", acrescentam. E deixaram uma mensagem de esperança: "Os jovens têm a oportunidade não só de exigir mudanças políticas, mas também de construir novas políticas públicas".
A carta foi assinada por Gabriel Boric, Camilla Vallejo, Carol Kariola, Giorgio Jackson, recentemente eleitos para o parlamento chileno. Um quinto, Jorge Sharp, é atualmente presidente da cidade de Valparaíso.