Os últimos dias têm sido marcados por imagens de mau tempo. São aviões que não levantam da Madeira, um Portinho de Arrábida sem acessos, marginais cortadas, escolas encerradas e hoje, um Algarve varrido por um mini tornado.
Apesar da Proteção Civil ter categorizado o tornado como sendo de baixa intensidade, foi suficiente para provocar estragos e deixar em alerta a população.
Nas cidades de Faro e Olhão, houve registo de cortes de eletricidade e árvores caídas. O muro do estádio do Moncarapachense colapsou e caiu em cima de viaturas estacionadas no local. Na Estrada Nacional 2, vidros, telhas e painéis publicitários atingiram viaturas que foram forçadas a parar e há relatos de zonas que ficaram sem eletricidade e telecomunicações.
No shopping Fórum Algarve há registo de vidros partidos na zona da restauração e de cadeiras arrastadas pelo vento. Apesar do susto, que levou a que as pessoas se refugiassem dentro de lojas, não houve registo de feridos e o shopping continuou aberto, ainda que com algumas zonas interditas.
Ao final da tarde de ontem o presidente da camara de Faro deu conta ainda de que o tornado desalojou uma comunidade cigana de cem pessoas, que estavam numa das estradas de acesso à cidade. Além desta comunidade, cujo realojamento está a ser tratado pelos serviços de Ação Social da Câmara, há ainda a registar dois desalojados na freguesia do Montenegro – um casal que, entretanto, já foi realojado numa estalagem na Praia de Faro -, e uma mulher, que vai ficar instalada na casa de familiares.
Este é o segundo tornado a atingir a região esta semana. Na última quarta-feira, houve registos de pelo menos dez barcos virados, vidros de carros estilhaçados e uma esplanada destruída. O mau tempo obrigou ao encerramento de praticamente todas as barras marítimas.
De norte a sul E até nas ilhas. Aliás, na Madeira, o mau tempo fez com que oito mil passageiros ficassem retidos na ilha. Só no sábado, 58 voos, entre chegadas e partidas, foram cancelados devido ao vento forte que ultrapassaram muitas vezes os cem quilómetros/hora. Ontem, o movimento do aeroporto voltou à normalidade, mas devido à quantidade de pessoas acima da prevista para sair da ilha, há quem esteja há mais de uma semana à espera de oportunidade para voar.
No continente, a Proteção Civil registou 28 ocorrências na madrugada de ontem, com os distritos de Coimbra e Lisboa a serem os mais afetados. Entre as ocorrências registadas estão quedas de árvores, deslizamentos de terra ou queda de estruturas (caso de quedas painéis informativos e postes).
Mau tempo continua O vento e chuva não vão dar tréguas. Para amanhã, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê vento, precipitação, por vezes em forma de granizo, e trovoada. A agitação marítima vai manter-se com ondas que podem atingir os cinco metros no litoral centro e sul do país.
Até sexta-feira a chuva será constante em quase todo o país e espera-se, mais para o final da semana, uma ligeira subida da temperatura. Até lá, a chuva prevista, pode ser neve acima do mil metros.