O sítio onde os Turpin viviam com os seus 13 filhos ficou conhecido como a Casa dos Horrores, devido às atrocidades que os jovens viveram ao longo de anos. Depois de terem sido resgatados pelas forças policiais, em janeiro deste ano, os jovens começaram a ser acompanhados. Foram revelados agora os progressos que têm feito.
De acordo com Jack Osborn, o advogado que representa os 13 filhos de David e Louise Turpin, as vítimas estão, aos poucos, a retomar uma vida normal: já conseguem comer pratos normais, como sopa ou lasanha, e até já veem filmes da saga Star Wars.
"Eles estão a tentar tornar-se independentes e a tentar encontrar um plano para as suas vidas", disse Osborn ao canal Fox News, revelando também que as sete vítimas maiores de idade têm apresentado melhorias significativas: "Eles querem acabar a escola, ter uma carreira. Eles anseiam por poder ir ao cinema, às compras e fazer tudo aquilo que fazem as pessoas da sua idade".
Em janeiro deste ano, uma das filhas de David e Louise Turpin teve a coragem de fugir da casa dos pais e alertar as autoridades para o que se estava a passar. A jovem de 17 anos aparentava ter 11 ou 12. Quando chegaram ao local, no condado de Riverside, na Califórnia (EUA), a policia encontrou as restantes 12 vítimas, atadas a camas e com sinais de subnutrição. Os pais foram detidos e estão acusados de tortura e maus-tratos.
O caso chocou a comunidade norte-americana: no Facebook, os Turpin pareciam uma família feliz, que passava férias na Disneyland e celebrava todos os eventos importantes em família. Mas as redes sociais escondiam o lado mais negro.
Com o passar do tempo, começaram a surgir pormenores sobre a forma como os 13 filhos do casal eram tratados. Na primeira casa onde tinham vivido, no Texas, as portas e os armários mostravam marcas de arranhões. A nova dona do imóvel presumiu que se tratavam de marcas feitas por animais, mas com a divulgação da história afirmou aos meios de comunicação locais que não tem dúvidas de que as marcas foram deixas pelos filhos dos Turpin.
Já na Califórnia, as vítimas eram obrigadas a manter uma rotina fora do normal. “Marchavam para a frente e para trás a meio da noite. Parecia que pertenciam a um culto (…) A minha mulher dizia que eles pareciam uns clones. Falavam de uma forma robótica, todos ao mesmo tempo e no mesmo tom”, contou um vizinho ao New York Post.
Para além disso, fonte da polícia disse à NBC na altura que as crianças só tinham autorização para fazer uma refeição por dia e só tomavam banho duas vezes por ano. Se lavassem as mãos e molhassem algo mais que as palmas e os dedos, eram castigadas.