Um ano depois do surto de sarampo que vitimou uma adolescente na zona de Lisboa, há um novo surto da doença confirmado pelas autoridades. Depois do alerta gerado por dois casos de sarampo aparentemente não ligados na região norte, a Direção Geral de Saúde confirmou ontem à noite a existência de um surto. O epicentro será o Hospital de Santo António, que reportou 32 casos suspeitos da doença. Três doentes estavam ontem ao final do dia internados, um deles em situação clínica instável, informou a DGS.
Dos 32 casos, todos profissionais do hospital, oito foram já testados laboratorialmente no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, cinco dos quais foram confirmados como casos de sarampo. Já há assim sete casos confirmados. “Está em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos”, informou ainda a DGS.
Apelo à vacinação
A autoridade de saúde tornou a reforçar o apelo à vacinação. “Se tem sintomas sugestivos de sarampo (febre, erupção cutânea, conjuntivite, congestão nasal, tosse), não se desloque e evite o contacto com outros”, recomenda a DGS, que recorda que o sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas podendo provocar doença grave. Em pessoas vacinadas a doença pode, eventualmente, surgir, mas com um quadro mais ligeiro e menos contagioso.
Tal como no surto do ano passado, parte do contágio terá ocorrido em ambiente hospitalar. Em 2017, um bebé que contraiu a doença e que não tinha feito a vacina na altura certa acabou por contagiar outras pessoas no Hospital de Cascais, entre as quais a adolescente que não resistiu às complicações da doença e que não estava vacinada. No Santo António, a maioria dos casos suspeitos têm relação com a unidade. Terão contactado com um homem estrangeiro doente, avançou o “JN”. A DGS confirmou na terça um caso com ligação a França.