Ontem, mais de 500 pessoas juntaram-se na Praça Luís de Camões, em Lisboa, numa vigília para protestarem contra o assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL.
Entre os inúmeros cartazes com frases e palavras de ordem, os manifestantes reunidos gritaram "Não acabou! Tem que acabar! Quero o fim da Polícia Militar!" e "Fora Temer!", "Marielle presente!", entre muitas outras palavras. Na paisagem, em cartazes, podiam ler-se frases como "Quem mandou matar Anderson e Marielle?" ou "Execução sem disfarce".
"Os assassínios de Marielle e Anderson [o motorista de Marielle] são oriundos da violência que acontece hoje no Brasil, mas foram assassínios diferenciados: Marielle foi silenciada, assim como milhares e milhares de mulheres e homens, pessoas que lutam desde 2016 conra a derrocada da democracia no Brasil", explicou Ana Caroline Santos, do Coletivo Andorinha, à agência Lusa.
Para a ativista, o objetivo da vigília é bem claro: a necessidade premente de "solidariedade internacional perante o que acontece no Brasil, [porque] o assassínio de duas pessoas, sendo uma delas uma mulher negra, política, defensora dos direitos humanos, é algo que mostra para o mundo que, de facto, está acontecendo no Brasil".
Lisboa não foi a única cidade a relembrar e a "transformar o luto em luta". Também no Porto, Braga, Coimbra, Aveiro, VIseu, Viana do Castelo, Vila Real e Covilhã outras centenas de pessoas se reuniram. No Porto, três centenas de ativistas juntaram-se em frente ao Consulado do Brasil; em Coimbra, outras 200 pessoas, reunindo-se nas Escadas Monumentais.
Marielle Franco e Anderson Pedro foram assassinados a 1 de março, depois de a vereadora ter denunciado o aumento da violência policial no Rio de Janeiro com a intervenção militar.