João Sousa é o melhor tenista português de sempre e esta semana qualificou-se pela primeira vez para a terceira ronda do BNP Paribas Open.
Foi o primeiro português a chegar tão longe em Indian Wells e tornou-se também no primeiro a atingir pelo menos a terceira ronda por três vezes em torneios da categoria Masters 1000.
Fred Gil tinha-o feito em duas ocasiões e numa delas até foi aos quartos de final de Monte Carlo, tal como Sousa também já foi quarto finalista em Madrid.
O ‘Conquistador’ de Guimarães é igualmente o português com mais encontros ganhos em Masters 1000 (18).
Mais importante para o jogador de 28 anos foi inverter uma série de quatro derrotas consecutivas no ATP World Tour e a saída do top-80 do ranking mundial pela primeira vez desde 2013.
Impressionante foi a valia dos adversários que deixou pelo caminho. Sousa derrotou o ‘coronel’ russo, Mikhail Youzhny, antigo n.º 8 mundial, vencedor da Taça Davis e de 10 títulos ATP, e duas vezes semifinalista do US Open.
Depois vergou o alemão Alexander ‘Sasha’ Zverev, o n.º 5 do ranking mundial, que no ano passado conquistou dois títulos da categoria Masters 1000, batendo nas finais Novak Djokovic e Roger Federer.
O n.º 1 português é o 85.º do ranking e depois de perder na terceira ronda com o ex-n.º 3 mundial e ex-finalista de Wimbledon Milos Raonic, do Canadá, sabe que reentrará no top-80.
O sucesso sobre o mais novo dos irmãos Zverev é a segunda melhor vitória de sempre de um português, superada apenas pelo triunfo que ele próprio obteve sobre o David Ferrer em Kuala Lumpur, em 2013, quando o espanhol era o 4.º do ranking.
Se a estes dois êxitos juntarmos a desistência por lesão de Kei Nishikori em Tóquio 2016, então 5.º do ranking, deparamos com outro recorde nacional, de três vitórias sobre jogadores do top-5!
«Uma das melhores, se não mesmo a melhor vitória da carreira», disse Sousa depois de bater Zverev.
Não é a melhor. Desde que venceu o Open do Canadá em agosto, Zverev venceu 17 encontros e perdeu 13, desiludindo no US Open, Masters e Open da Austrália.
Já quando vergou David Ferrer, Sousa estava ainda longe do 28.º lugar do ranking que viria a ocupar em 2016 e o espanhol vinha de uma final em Roland Garros, quartos de final em Wimbledon e no US Open, e depois de perder com o português ainda terminou a época com finais em Estocolmo, Valência e no Masters 1000 Paris-Bercy. Em 2013 João Sousa impôs-se a um adversário em grande forma.
Mas nem por isso deixo de valorizar imenso a vitória desta semana sobre Zverev, até porque um dia poderemos estar a falar de um múltiplo campeão de Majors, dado o enorme potencial de ‘Sasha’.