No sofá
Jogos de tabuleiro. Se nunca mais pensou num jogo de tabuleiro desde o “Monopólio”, o “Trivial Pursuit,” o “Quem é Quem”, o “Pictionary” ou o “Risco”, saiba que há novas gerações bem interessantes disponíveis nas lojas. Os “Descobridores do Catan” também já não é bem menos conhecido do que os anteriormente mencionados e, garantimos, é viciante. Foi o primeiro jogo de tabuleiro de estilo alemão – o género chama-se assim – a tornar-se popular na Europa. E, como o nome indica, os jogadores – os colonizadores – têm a tarefa de desbravar a terra: “Catan”. As regras são simples de seguir, mas se calhar é melhor tentar primeiro no chão antes do sofá
Ler – lançamentos recentes. Um dia extra de fim de semana pode bem ser usado para pôr a leitura em dia. Lembramos, por isso, algumas novidades editoriais do mês de março. A Porto Editora lançou “A Bagagem do Viajante”, que reúne crónicas de José Saramago nos jornais. A Antígona publicou “O Livro dos Abraços”, do uruguaio Eduardo Galeano; a Cavalo de Ferro, o romance de Julio Cortázar, “Os Prémios” – até agora inédito em Portugal. Da Guerra & Paz , destacamos o “Bom Crioulo”, de Adolfo Caminha. De março, da Relógio d’Água vamos pel’“O Manto”, de Agustina Bessa-Luís; da D. Quixote veio o clássico “Dona Flor e Seus Dois Maridos”; e da Planeta, “A Minha Verdadeira História”, de Juan José Millás.
Enfardar doces. Bem sabemos que não precisava de abrir as páginas de um jornal para ter esta (não tão) brilhante ideia. O açúcar faz mal, mas as ofertas da época são sedutoras, desde os doces tradicionais – com os folares em destaque -, passando pelos chocolates e pelas incontornáveis amêndoas. E é destas últimas que queremos falar: amêndoas há muitas, mas as da marca portuguesa Arcádia, sediada no Porto, são especiais. Falamos das drageias de licor feitas à mão por “bordadeiras” – assim se chamam as senhoras que têm o trabalho de transformar estas amêndoas em obras de arte: podem ter a forma de cenouras, cerejas, ervilhas, flores ou mesmo leitões, entre muitas outras.
Netflix. Desde 2015 que aquela pequena maravilha à distância de um comando televisivo – ou computador – chamada Netflix chegou às nossas televisões.
Se é daqueles a quem o fim de semana prolongado apenas traz o desejo de ficar literalmente esparramado no sofá, esta é a sua melhor amiga. É certo que se paga à parte do pacote de televisão e internet mas, caso se junte com amigos, a coisa sempre fica mais em conta. A nova temporada da aclamada “La Casa de Papel” só chega ao canal de streaming para a semana, mas há muito, muito por onde escolher. E é só mexer os dedinhos.
Na rua
No Place Like Home. Com origem no Museu de Israel, em 2017, “No Place Like Home” ganha agora uma nova expressão enquanto colaboração internacional entre Jerusalém e Lisboa. A exposição junta mais de 100 objetos das coleções do Museu de Israel, Museu Coleção Berardo, Coleção Ellipse (Holma/Ellipse), bem como obras de coleções privadas, galerias e artistas de todo o mundo. A exposição questiona o que acontece se repusermos um objeto transformado no seu lugar “natural”, numa casa simulada, e celebra o 101.º aniversário da Fonte de Duchamp e o 102.º do movimento Dada.
Onde: Museu Berardo
Preço: Entrada livre
Ana Hatherly – O Prodígio da Experiência. Exemplos das diversas fases plásticas de Ana Hatherly. No conjunto dos 157 trabalhos agora apresentados estão obras de 1967 a 2007, abrangendo 40 anos de produção visual, com uma quantidade apreciável de caligrafias dos anos 70, quase todas inéditas ou pouco conhecidas. Obras experimentais com características distintas das registadas em séries conhecidas, que buscam caminhos alternativos, por vezes até mesmo incompletos, privilegiando sempre que possível o desconhecido.
Onde: Casa da Cerca – Almada
Preço: Entrada livre. Para ver até 9 de setembro
Polaroid. “Polaroid” projeta uma selecção de treze projectos emergentes, desenvolvidos por um grupo de designers que representa parte de uma nova geração que opera em Portugal. Bruno Carvalho, Eneida Tavares, Geckeler Michels, Gonçalo Campos, João Margarido, Jorge Carreira, Joschua Brunn, Manuel Amaral Netto, Paulo Sellmayer, Rita Martins e Vítor Agostinho nasceram entre 1974 e 1993 e trazem consigo uma consciência em relação ao mundo moderno. A mostra serve ainda de pretexto a uma coleção de fotografias de Nuno Sousa Dias.
Onde: Lisbon Gallery Design & Architecture
Preço: Entrada livre
Eat, Spray, Love. A exposição da artista urbana e ilustradora Vanessa Teodoro pretende ser uma afirmação pessoal, depois de se distanciar do conforto, viajando pelo desconhecido num país e cultura tão distintas como é a China. Entre comer coisas novas e estranhas (cão e gato não incluídos), pintar até cair para o lado e redescobrir um amor que até então estava esquecido, tudo isso é “Eat, Spray, Love”. Um balanço entre o ineditismo da reinvenção e a manutenção de um estilo próprio e reconhecido.
Onde: Espaço Santa Catarina
Preço: Entrada livre – inclui pré-lançamento da coleção ANTIFLOP X The Super Van by Vanessa Teodoro
No museu
MAAT e Central. Nos primeiros domingos de cada mês há uma série de museus e monumentos nacionais cuja entrada é gratuita – uma oportunidade que pode a começar a explorar já no Domingo de Páscoa, 1 de abril. Este domingo também vai poder entrar gratuitamente no MAAT e há meia dúzia de exposições diferentes para ver, começando por “Bem-Vindos à Cidade do Medo”, de João Fonte Santa (para ver no Cinzeiro 8, na Central), em que o artista reflete sobre a atualidade social, política e cultural, mas também sobre o que é o medo, os conflitos e a permanente instabilidade usando diversos suportes, como a pintura, o desenho e o vídeo.
Agricultura Lusitana. Esta interessante exposição – “Agricultura Lusitana 2015-18” -, que já passou pela Alemanha, França, Inglaterra e Espanha, chega agora pela primeira vez a Lisboa. Resulta de um projeto que “está em curso desde 2015 e envolveu cerca de 150 pessoas, entre designers, crafters, professores e estudantes de design, que se inspiraram no património cultural e espírito das aldeias do interior beirão português para criar uma coleção de objetos de design e craft contemporâneo”. Estes objetos criados em redor das Aldeias do Xisto (ADXTUR) estarão no MAP até ao final do ano. O campo na cidade, da melhor forma possível.
Onde: Museu de Arte Popular, Lisboa
José de Almada Negreiros: Desenho em Movimento. Última chamada para a exposição “José de Almada Negreiros: desenho em movimento”, no Soares dos Reis, no Porto, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, que termina amanhã. Com a curadoria de Mariana Pinto dos Santos, a exposição é um momento único para perceber a conjugação entre cinema e desenho no percurso de Almada que, embora fascinado com a animação – que abria a hipótese de pôr o desenho em movimento -, nunca chegou a fazê-la. Ao todo são nove dezenas de trabalhos, como o filme desenhado “O Naufrágio da Ínsua” (1934).
Onde: Museu Nacional Soares dos Reis, Porto
Um Museu de Outro Mundo. Este ano, o Museu do Oriente completa uma década de vida que será celebrada devidamente ao longo dos próximos meses. Até ao dia 27 de maio, os domingos têm entrada livre e há que aproveitar para ver, por exemplo, a exposição que José de Guimarães pensou exclusivamente para o espaço, “Um Museu de Outro Mundo”, onde as peças do artistas dialogam com o espólio do museu. Dê também um salto pela “Spice Route” que, como o nome indica, se trata de um roteiro de especiarias – atenção que esta última termina já esta semana.
Onde: Museu do Oriente
Preço: Entrada livre aos domingos (até 27 de maio)
À noite
Caparica Primavera Surf Fest. Segundo e derradeiro fim de semana do festival que junta skate, ondas do mar e agitação musical pelo quarto ano consecutivo. Enquanto o sol tenta pôr a cabeça sobre o nublado, os surfistas tentam provar que são mais fortes que Neptuno. À noite, a competição dá lugar ao recreio. Hoje com os Dead Combo, Poli, Bateu Matou e DJ Kitten a fechar; amanhã com Carlão, Jimmy P, TNT, e a dupla Sam The Kid e DJ Big no encerramento. Para o grande final, um raro concerto de Sara Tavares – a jogar em casa – Loony Johnson, Ricky Boy e o DJ Nelson Cunha para as despedidas.
Onde: Costa da Caparica
Preço: €10 (bilhete diário)
Shaka Lion convida Manara. Cresceu no Brasil até aos dez anos, mudou-se para o Barreiro, frequentou noites de reggae e dancehall em adolescente, absorveu a cultura hip-hop e a batida do kuduro. Shaka Lion está a meio da travessia entre a periferia e a cidade; por onde tem passado, tanto abana o esqueleto ao som da afro-lisboa, como mistura com o novo funk brasileiro que corre diariamente no Soundcloud. Margens unidas por uma corrente vanguardista e estilizada. Esta noite, convida a misteriosa Manara da editora Night Slugs.
Onde: Musicbox (Lisboa, Cais do Sodré)
Preço: €6 até às 02h30 e €9 depois (com direito a uma bebida)
Benjamin Clementine. É em Portugal que Benjamin Clementine se sente pleno e reconhecido. Por isso, não espanta que o Campo Pequeno esteja esgotado há várias semanas para novo ciclo de devoção perante o gigante da canção europeia clássica. A voz do humanismo preocupado e filosófico, outrora simbolizado por Jacques Brel. Aclamado desde a primeira hora como em nenhum outro país europeu, vem apresentar o menos bem amado “I Tell a Fly”. Nada que faça abrandar o deslumbramento nem conter uma lagriminha sem puxar do lenço para ocultar o embaraço.
Onde: Campo Pequeno
Preço: Bilhetes esgotados
EXI(s)T(s). EXI(s)T(S) é a nova criação da coreógrafa e bailarina Mariana Tengner Barros, uma coprodução do Teatro Maria Matos, que é apresentada hoje pela última vez nos estúdios da Tóbis, no Lumiar. Esta performance foi concebida para transgredir o formato convencional da relação do espectador com a obra apresentada. Em vez do tradicional posicionamento do público na plateia, no escuro, a observar algo iluminado no palco, convidamos o espectador a transformar o seu papel nesta equação. “Aqui a dança é consciência”, é referido.
Onde: Estúdios Tóbis (Lumiar)
Preço: €6 a €12
Fora de Lisboa
Construir Lugares. “Construir Lugares: Manuel Marques de Aguiar, 1927-2015” é uma homenagem à obra do arquiteto e urbanista de origem transmontana, que tinha como premissa “semear o longo prazo para criar novas vivências”. Com mais de 400 peças expostas, a mostra percorre a obra do arquiteto que queria mudar mentalidades e se notabilizou com vários trabalhos trabalhos a norte do país, entre eles a projeção do edifício da Escola Francesa do Porto, a construção do eixo da Rua Gonçalo Cristóvão, no Porto, e o planeamento da cidade de Espinho, mas sobretudo pelo seu trabalho na definição do plano geral de urbanismo de Angra do Heroísmo, após o terramoto de 1980. A exposição sugere assim a descoberta de seis “lugares” construídos pelo arquiteto.
Onde: Biblioteca do Museu de Serralves
Preço: Entrada livre
Olhar por Dentro – O movimento Moderno e suas arquiteturas. O concelho de Ílhavo destaca-se pela sua arquitetura distinta, que vai da época industrial à contemporânea. Cada visita é orientada por um convidado selecionado pela ligação ao tema ou projetos. O movimento moderno nas “casas dos capitães” é ainda pouco estudado e reconhecido, mas o seu valor arquitetónico é uma readaptação de um linguagem espacial e construtiva que se queria universal. Em Ílhavo e na Costa Nova encontram-se exemplos de casas unifamiliares e edifícios públicos de menor dimensão que merecem um olhar atento e comparativo com outras obras modernistas. E que o terão na terceira visita do “Olhar por dentro” de 2018, este sábado pelas 10h30 sob a orientação do arquiteto João Paulo Rapagão.
Onde: Ílhavo (ponto de encontro na Casa Cultura Ílhavo)
Preço: €3,5
Festival Internacional do Ouriço do Mar. O ouriço-do-mar, ao qual a vila de Ericeira, outrora Ouriceira, pediu o nome emprestado, é a grande estrela do 4.º Festival Internacional do Ouriço do Mar, organizado pela Câmara Municipal de Mafra. Até ao próximo fim de semana são 22 os restaurantes que aderiram ao evento e onde pode provar a iguaria, natural ou preparada de 12 maneiras diferentes. Há ainda demonstrações e showcooking, contando com a presença de distintos chefs de Portugal, Vasco Lello (Café & Hotel Memmo Príncipe Real), José António Nunes (Solar dos Nunes Restaurante) ou Rodrigo Castelo (Taberna Ó Balcão), entre outros. O melhor mesmo é consultar o programa e ir à descoberta do ouriço.
Onde: Ericeira
Preço: Entrada Livre
Ana Moura. Dispensa apresentações. Ana Moura, uma das vozes da chamada nova geração do fado que mais sucesso alcançou nos últimos anos e que já gravou com Joni Mitchell, Herbie Hancock, Madeleine Peyroux ou Melody Gardot, canta este sábado no Casino da Figueira, na Figueira da Foz. O último álbum, Moura (lançado em 2015), é tripla platina e é com ele que a fadista se apresentará na Figueira. Em palco – o concerto está marcado para as 22h00 – Ana Moura conta com o “seu” leque de músicos de eleição: Ângelo Freire (guitarra portuguesa), Pedro Soares (viola de fado), André Moreira (baixo), João Gomes (teclado) e Mário Costa (bateria e percussão). Em equipa vencedora não se mexe.
Onde: Casino da Figueira, Figueira da Foz
Preço: 25 euros