O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, destacou a importância da segurança para o aumento do turismo em Portugal num almoço- -debate promovido ontem, em Lisboa, pelo International Club of Portugal. Eduardo Cabrita, numa conferência designada “Segurança, uma responsabilidade coletiva”, atribuiu a recuperação da crise ao “esforço dos portugueses”, mas também “à imagem de segurança que está associada à marca Portugal”.
Essa é, no entender do ministro da Administração Interna, uma das razões que levaram Portugal a captar muitos turistas. “Ninguém faz turismo num país associado a uma imagem de insegurança”, acrescentou Cabrita, realçando que Portugal está entre os mais seguros do mundo. Só países como a Islândia e a Nova Zelândia, que são “difíceis de superar”, conseguem ser avaliados como países mais seguros do que Portugal. Para o ministro, a segurança é também decisiva em aspetos como “a confiança dos investidores”.
Cabrita lembrou as medidas de segurança que foram aplicadas em Portugal a seguir aos atentados terroristas na Europa. “Aprendemos com aquilo que aconteceu em Nice, Bruxelas ou Londres. Os nossos polícias aprenderam, estudaram e aplicaram aquilo que foram mecanismos de prevenção que foram exemplarmente recebidos pelos cidadãos.” O governante admitiu que chegou a ter dúvidas sobre a reação dos portugueses a medidas como a proibição de levar garrafas de vidro para o Terreiro do Paço, na passagem do ano, mas “as pessoas reagiram exemplarmente”.
Incêndios e demissões O ministro da Administração Interna garante que o país nunca esteve tão bem preparado para enfrentar os incêndios. “Estamos mais bem preparados do que há um, há dois, há três ou há cinco anos”, afirmou, na conferência promovida pelo International Club of Portugal.
“Fez-se mais do que alguma vez eu me recordo”, acrescentou o ministro, quando foi questionado sobre se o país está preparado para evitar uma nova tragédia neste verão.
Para o ministro da Administração Interna, Portugal “já ganhou neste inverno com a atenção dada à matéria da prevenção”, mas é preciso também apostar numa “mobilização dos meios adicionais” e na profissionalização dos bombeiros.
“Nós vamos ter, respeitando e valorizando uma tradição notável de voluntariado dos nossos bombeiros, uma significativa profissionalização das nossas corporações de bombeiros. Vamos ter, até ao verão, cerca de 260 equipas profissionais nas corporações de bombeiros, o que significa que existirão em todas as áreas identificadas como de maior risco. Teremos até ao final do ano estruturas profissionais em cerca de 300 corporações de bombeiros.” Eduardo Cabrita realçou ainda que “teremos a estrutura de elite da GNR, o Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro, que atuava em apenas 11 distritos do Continente, em todo o país”. Outra das intenções do governo é apostar em “mecanismos de aviso de situações de risco por SMS para zonas de risco e para pessoas identificadas”.
O ministro da Administração Interna foi ainda questionado sobre se apresentaria a demissão no caso de a tragédia se repetir, mas deixou essa pergunta por responder. Cabrita ocupou o cargo na sequência da demissão de Constança Urbano de Sousa, em outubro de 2017. À mesma pergunta, António Costa respondeu recentemente, em entrevista à revista “Visão”, que “quando há um problema”, a solução não passa pela demissão.