“O povo brasileiro tem o direito de votar em Lula, o candidato da esperança. O PT defenderá esta candidatura nas ruas e em todas as instâncias, até às últimas consequências”: foi desta forma que o partido do ex- -chefe de Estado reagiu à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em negar o habeas corpus apresentado pela defesa.
Em comunicado assinado pela sua comissão executiva nacional, o partido diz que a decisão do STF fez com que ontem fosse “um dia trágico para a democracia e para o Brasil”, porque negou “a Lula um direito que é de todo o cidadão, o de defender-se em liberdade até à última instância”.
Para o PT, é óbvio: “A maioria do STF ajoelhou-se ante a pressão escandalosamente orquestrada pela Rede Globo.” Porque “a nação e a comunidade internacional sabem que Lula foi condenado sem provas, num processo ilegal em que juízes notoriamente parciais não conseguiram sequer caracterizar a ocorrência de um crime”.
A atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, em declarações ontem aos jornalistas, enfatizou isso mesmo: “Lula segue candidato porque é inocente e sua prisão seria uma violência” porque lhe é negada a presunção de inocência até a sentença ser transitada em julgado.
Para a senadora, colocar o ex–presidente na cadeia seria “uma injustiça” e, a acontecer, será considerada uma “prisão política” que irá “expor o Brasil ao mundo” e transformá-lo “numa republiqueta de banana”.
“O presidente Lula continua o nosso candidato. Primeiro, porque é inocente, e candidatando–se tem tudo para se eleger o próximo presidente do Brasil, como indicam as pesquisas [sondagens]. E, segundo, porque a candidatura dele não pertence mais ao Partido dos Trabalhadores, é a candidatura de uma parcela expressiva do povo brasileiro; cabe a nós defendê-lo e viabilizar a sua candidatura”, acrescentou a líder do PT.
Por agora, o PT não tem plano B para as eleições presidenciais de outubro, como aliás ficou expresso ontem na reunião, em Brasília, dos dirigentes das secretarias estaduais do partido. Mesmo assim, a porta ficou entreaberta para que seja o próprio ex-presidente a definir a estratégia política.
“Lula é a principal liderança política do Brasil e, neste momento, somente ele pode nos dar uma direção para conduzirmos nossas ações daqui para frente, mas o PT tem que se organizar para sair vitorioso nestas eleições. Já disputámos sete eleições presidenciais e ganhámos quatro, tenho certeza de que podemos vencer mais esta”, afirmou o secretário-geral nacional, Romênio Pereira, citado no site do partido.