Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, afirmou esta quarta-feira que os seus dados pessoais também foram usados ilegalmente pela empresa Cambridge Analytica, como resposta à democrata Anna Eshoo.
A democrata perguntou-lhe se "os seus dados" também tinham sido "vendidos a terceiros de má-fé", ao que o CEO respondeu que sim. Zuckerberg referiu ainda que a rede social não está ligada a nenhuma operação de vigilância, como resposta às questões colocadas pelo congressista Bob Rush.
“Você pode deixar o Facebook quando quiser”, afirmou Zuckerberg, relembrando que todos os conteúdos que são publicados na rede social são escolhidos pelos utilizadores que os publicam livremente. “Nunca vi uma organização de vigilância que deixa as pessoas irem-se embora”, completou.
Durante a audição Anna Eshoo fez várias questões, tentando com que Zuckerberg se comprometesse a fazer mudanças estruturais na rede social, mas sem sucesso. Quando a representante perguntou se o executivo estava disposto a alterar o seu modelo de negócio para proteger melhor a privacidade dos utilizadores, este limitou-se a dizer que não sabia o que isso significava.
“Monitorizamos informação sobre as pessoas quando não estão no Facebook por razões de segurança e por causa dos anúncios", explicou o CEO quando questionado por John Shimkus, representante do Illinois, sobre a forma como o Facebook atua depois dos utilizadores fazerem log off. Quanto à segurança Zuckerberg explicou que “mesmo que alguém não esteja ligado, monitorizamos a quantas páginas estão a aceder”.
A monotorização dos anúncios, mesmo depois de a pessoa estar offline, foi justificada com o facto de a plataforma de publicidade da rede social não se limitar apenas ao Facebook, mas o CEO garantiu que os utilizadores têm a possibilidade de negar esse acesso.
Zuckerberg abriu o diálogo com as mesmas declarações do seu testemunho de ontem, terça-feira, assumindo a culpa pelo sucedido e pedindo desculpa.
Recorde-se que o Facebook está no centro de uma polémica associada à Cambridge Analytica. A empresa está a ser acusada de ter acedido ilegalmente aos dados pessoais de milhões de utilizadores para influenciar as eleições de novembro de 2016.
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