O antigo procurador Orlando Figueira, que está a ser julgado por corrupção e branqueamento de capitais no caso Fizz, quer voltar a trabalhar na área do direito. Dias após terem sido reduzidas as medidas de coação a que estava sujeito – deixou de estar proibido de contactos -, Figueira admite que pretende voltar a ser advogado ou, no caso de ser absolvido, à magistratura.
O antigo procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) pediu licença sem vencimento de longa duração em 2012 para ir trabalhar para o privado. E é esta saída da magistratura que está no centro deste julgamento, uma vez que antes de deixar o Ministério Público arquivou dois inquéritos que visavam o ex-vice-presidente angolano Manuel Vicente. A investigação concluiu que o dinheiro que recebeu da sociedade para onde foi trabalhar, Primagest, bem como um empréstimo de 130 mil euros do Banco Privado Atlântico foram subornos – montantes que no total ascenderam a mais de 760 mil euros.
Os arguidos Orlando Figueira e Paulo Blanco, advogado que representou interesses de diversas personalidades angolanas, têm defendido que o convite feito a Orlando Figueira partiu do banqueiro Carlos Silva, que nunca foi investigado pelo ex-procurador.
Apesar de o julgamento ainda estar a decorrer, Orlando Figueira terá recebido já alguns convites de trabalho.