O ministro da Saúde defendeu esta segunda-feira que ninguém terá um bom Serviço Nacional de Saúde (SNS) se o país não tiver solidez nas contas públicas.
"Nós não estamos aqui para vos iludir, ninguém terá um bom Serviço Nacional de Saúde, ninguém terá um bom sistema educativo, ninguém terá um bom sistema de pensões se o país não estiver sólido nas contas públicas, sólido naquilo que é o seu reconhecimento e reputação internacional", declarou Adalberto Campos Fernandes, que falava após a inauguração das novas instalações das unidades de saúde de Monte Real e Carvide e de Cortes, no concelho de Leiria, onde também esteve o primeiro-ministro António Costa.
Adalberto Campos Fernandes disse que tinha "talvez a pasta mais difícil de exercer no conjunto do Governo porque é aquele que mais toca com a frustração e a ansiedade de cada um dos portugueses".
“Aqueles que agora exultam e reclamam contra tudo e contra todos em nome de dificuldades que eles próprios criaram, que não se iludam que nós não cederemos naquilo que é a ilusão, porque a pior coisa que se pode fazer a quem mais precisa e pouco tem é iludir essas mesmas pessoas", acrescentou, citado pela agência Lusa.
Situação no São João do Porto vai estar desbloqueada dentro de “duas semanas”
Hoje, Adalberto Campos Fernandes já tinha anunciado que os procedimentos para avançar com a nova ala pediátrica do hospital de São João, no Porto, vão ser desbloqueados dentro de duas semanas.
"O dinheiro está disponível, mas há questões de tramitação processual, que penso que em uma semana ou duas semanas estarão em condições para que os procedimentos formais possam ser lançados", declarou o ministro, que falava à margem da cerimónia que servia para anunciar os novos investimentos no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Sobre as condições em que as crianças desta ala hospialar são atendidas, Adalberto Campos Fernandes assumiu que, do ponto de vista político, "não há mais tempo nem mais espaço para conversa que não seja autorizar a obra [da nova ala pediátrica], lançar o procedimento e executá-lo no mais curto espaço de tempo possível", sublinhando que toda esta questão se arrastar há cerca de dez anos, sendo que é "social e eticamente inaceitável".
"Não há ninguém que sinta mais incómodo e mais sentido de injustiça do que o ministro da Saúde e o Governo pela situação que há dez anos se arrasta na ala pediátrica e que tem contornos que importará esclarecer, mas importa muito mais resolver", disse o ministro esta segunda-feira.